Caso da vacinação de Bolsonaro terá desdobramentos distintos

Caso da vacinação de Bolsonaro terá desdobramentos distintos

A investida da Polícia Federal caiu como uma bomba no cenário político

Taline Oppitz

Cid e Bolsonaro estão entre os suspeitos de falsificação de documentos

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A operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira, e que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do núcleo duro de seu governo, terá desdobramentos políticos distintos. Além da busca e apreensão na casa de Bolsonaro, foram presos, entre outros, o tenente-coronel Mauro Cid, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, três de seus principais auxiliares.

A investigação, que também tem Michelle Bolsonaro como alvo, visa a inserção fraudulenta, por parte de assessores do ex-presidente, de dados no sistema do Ministério da Saúde, envolvendo as carteiras de vacinação de Bolsonaro, enquanto ainda estava no comando do Planalto, e de sua filha. Ambos não poderiam ter ingressado nos Estados Unidos sem a comprovação de que estavam imunizados para Covid-19.

A investida da PF caiu como uma bomba no cenário político e, apesar de o ex-presidente ter negado a vacinação e o conhecimento sobre o episódio, minimizando seu impacto, sua situação, e a de seus ex-assessores, que podem revelar mais detalhes, são complicadas. O fato, que ganhou repercussão internacional, obviamente está sendo explorado pelos adversários de Bolsonaro e levou seus aliados a deixarem a artilharia contra o governo Lula para defender, com unhas e dentes, dentro e fora da Internet, as ações do ex-presidente.

Os efeitos do caso, no entanto, são enormes devido à sua gravidade. Com isto, interlocutores de Lula e de sua gestão, que após quatro meses não conseguiu avançar em nenhum dos projetos que dependem de aval do Congresso, devem contar, pelo menos no curto prazo, com um pouco de trégua, ou, pelo menos, com elementos para contra-atacar as investidas da oposição. 


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