CEEE Equatorial: O drama da falta de luz em Porto Alegre exige mudanças e punições

As adversidades climáticas vão fazer parte do novo normal. Fatos antes isolados tendem a ser mais permanentes, como os temporais e vendavais severos. E os efeitos são cada vez mais drásticos. No início da tarde desta quarta-feira, após mais de 15 horas que o forte temporal devastou Porto Alegre e cidades da região Metropolitana, milhares de clientes ainda estão sem energia elétrica.

Para além da ausência do fornecimento, o que em parte é compreensível pela devastação provocada, a falta de informações é o que agrava a situação. Sim, dar uma previsão é difícil neste momento, especialmente, por que não são situações simples, como quando há queda de árvores. Ao mesmo tempo, a falta de informações e de orientações precisas, deixa a população literalmente (me perdoem o trocadilho) no escuro.

As reações mais fortes das autoridades, como a do governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito Sebastião Melo (MDB), em relação à necessidade de melhoria do serviço da CEEE Equatorial são válidas e representam o sentimento dos usuários que estão sem luz.

Porém, parte da responsabilidade precisa ser compartilhada. O serviço está ruim, amplia-se a fiscalização e a punição. Ao mesmo tempo, não é apenas neste momento que as cobranças deverão ser feitas. Os problemas enfrentados pela companhia, que atende a Capital e boa parte da região metropolitana, não são recentes. A própria Agergs, que é responsável pela fiscalização dos serviços concedidos, já aplicou multas pesadas à empresa. E o que mudou?

A questão central é que punições devem ocorrer, mas também é preciso que haja mudanças na empresa e no poder público, que precisa estar mais preparado para dar resposta nestes casos. Caso contrário, permaneceremos num ciclo vicioso de reclamações.

Em tempo: o prefeito Sebastião Melo foi às redes sociais pedir pelo empréstimo ou doações de motosserras para o corte dos galhos e árvores caídas e, assim, auxiliar no restabelecimento da energia elétrica.