Cenário no Congresso Nacional é cada vez mais adverso para Lula

Cenário no Congresso Nacional é cada vez mais adverso para Lula

Após a instalação da CPMI dos atos de 8 de janeiro, Lira determina a abertura da CPI do MST

Taline Oppitz

O ex-presidente Lula, candidato ao Palácio do Planalto

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Em meio à guerra deflagrada para definir a presidência, a relatoria e os integrantes da CPMI dos atos de 8 de janeiro, o Planalto terá de lidar com mais uma investida que acende o alerta e causa preocupação: a criação da CPI do MST.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), leu, na noite de quarta-feira, o requerimento para a criação da comissão que terá o objetivo de investigar a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Neste caso, as articulações e a pressão da bancada ruralista, uma das mais poderosas da Câmara, foram decisivas para o avanço da CPI.

Movimento que tem ligação histórica com o PT, o MST entrou de vez na mira da oposição em função das recentes invasões pelo país, da presença do “chefe” João Pedro Stédile na comitiva do governo para a China e, por último, pela reunião da presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, com representantes do MST. As quedas de braço envolvendo as indicações de integrantes do grupo também já começaram. O foco do governo neste momento é conseguir emplacar aliados em cargos estratégicos, com as presidências ou relatorias.

Desde já, no entanto, mesmo que o Planalto obtenha êxito na tática, o funcionamento de duas investigações parlamentares, que envolvem diretamente o Executivo, e com temas tão polêmicos e explosivos, por si só, já são um problema e tanto. Não bastasse, Lira leu ainda os requerimentos para a criação de outras duas CPIs: a da Americanas e a da manipulação de resultados em partidas de futebol. Mesmo sem vínculo com o Planalto, as investigações irão ampliar ainda mais a mobilização de parlamentares, atrapalhando as articulações governistas.

Até aqui, nenhuma matéria de autoria do Executivo foi aprovada, apesar das negociações em torno das propostas da Reforma Tributária e das Fake News. 


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