Convenções nacionais do MDB e do PSDB serão para inglês ver

As convenções nacionais do PSDB e do MDB ocorrem nesta quarta-feira em meio ao imbróglio político, rachas e dissidências que não são exclusividades gaúchas. Como até agora, a tendência é a de que o MDB do Rio Grande do Sul avalize o apoio a Eduardo Leite (PSDB) no próximo domingo, os caciques tucanos irão manter a adesão à candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Planalto. O principal cotado para vice, no entanto, Tasso Jereissati, pulou do barco e vem reforçando a trincheira dos dissidentes. Ele se reúne hoje com Lula. Já o Cidadania deve indicar o vice.

Na prática, após ser literalmente atropelado pelo fenômeno Bolsonaro, em 2018, perdendo o protagonismo nas polarizações com o PT, o PSDB está perdido. O apoio a Tebet será para inglês ver e o partido deve focar no desempenho dos candidatos proporcionais. O MDB, por sua vez, não tem nem como cobrar fidelidade dos tucanos, já que, majoritariamente, o próprio partido está dividido entre Jair Bolsonaro e Lula. Tebet não conta com o apoio do MDB, assim como seus antecessores, Orestes Quércia, em 1994, e Henrique Meirelles, em 2018.

Por aqui, a convenção do MDB promete. Ex-presidente do partido em Porto Alegre, o deputado Tiago Simon não poupou críticas. “Falta firmeza e disposição ao Gabriel para se posicionar. Deputados se calaram e Leite, além de afirmar que preferia Gabriel, agora tem feito contato pessoalmente com prefeitos do MDB, em clara interferência. No caso de vitória da coligação na convenção, não farei campanha para Leite, e não serei o único”, disse, em entrevista ao programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba.