Desafios do novo presidente são enormes pela frente

Desafios do novo presidente são enormes pela frente

Petista assumirá um país completamente dividido, em que adversários passaram a ser inimigos, com uma série de reformas pendentes

Taline Oppitz

Grupo durante ato em frente ao Comando Militar do Sul, no centro de Porto Alegre

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Quatro dias após a divulgação dos resultados do segundo do turno da eleição, ala de derrotados inconformados segue, mas em menor número e com menor impacto, promovendo badernas nas estradas do país. Como o próprio presidente Jair Bolsonaro mencionou em sua primeira fala após a derrota, manifestações são democráticas e precisam ser respeitadas. Bloqueios de estradas, não. A tendência, a partir de agora, com as falas de lideranças e a ação das polícias é a de que a situação, aos poucos, volte à normalidade.

Enquanto uma minoria barulhenta segue inconformada, na prática, os desdobramentos políticos em torno do próximo governo seguem ocorrendo, à revelia da chiadeira. Os desafios de Lula, presidente eleito, são enormes. O petista assumirá um país completamente dividido, em que adversários passaram a ser inimigos, com uma série de reformas pendentes, outras tantas questionadas e colocadas em xeque por ele durante a campanha, em meio à fragilidade nas relações institucionais entre os poderes e com milhões de brasileiros em situação de fome ou segurança alimentar. Em relação ao Congresso, como de praxe, partidos e parlamentares já começaram a colocar suas cartas na mesa, em um jogo no qual Lula tem experiência. À exceção de alguns convictos, os demais se movimentam de acordo com o vento e seus interesses. Resta saber à disposição do governo sobre até que ponto cederá para viabilizar seus planos.

Climas distintos 

Enquanto a transição em Brasília, que já deve avançar na próxima semana, promete turbulências e versões distintas sobre informações que virão à tona, em situação similar que marcou a campanha pelo Planalto, no Rio Grande do Sul, a troca de governo será em clima de paz e tranquilidade. O governo de Ranolfo Vieira Júnior foi uma extensão, uma continuação da gestão Eduardo Leite. Ranolfo seguirá em papel estratégico em 2023, assim como parte dos atuais secretários. 


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