Destino de Leite está traçado

Lideranças que participam das negociações envolvendo os cenários eleitorais nacional e estadual são categóricas em afirmar que o destino do governador Eduardo Leite (PSDB) já está traçado. Ele deixará seu partido para concorrer pelo PSD ao Palácio do Planalto. A decisão deve ser oficializada em março e a renúncia ao governo gaúcho será concretizada dentro do prazo eleitoral, em abril.

E mais: as mesmas lideranças acreditam que Leite é o único com chances de se viabilizar como terceira via e romper a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). 

Em tempo: a avaliação, que pesou para a decisão de Leite, entre outros pontos, é a de que o PSDB ficará ainda mais reduzido nas eleições deste ano.

O futuro do governador gaúcho ganhou destaque nos últimos dias após o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ter feito o convite oficial para que ele trocasse de partido e concorre-se à presidência. Leite nunca escondeu o desejo de disputar o Palácio do Planalto, mas acabou perdendo a prévia interna do partido, no final do ano passado, para o governador paulista João Doria.

Inclusive, no sábado passado, lideranças tucanas gaúchas e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, fizeram coro para que Leite disputasse a reeleição, apesar de ele sempre ter negado que disputaria. No evento, Leite não deixou discurso dúbio, não confirmando e nem negando. Na segunda-feira seguinte, teve encontro, em São Paulo, com Kassab, para tratar da migração de partido. 

Com a saída de Leite, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) assume oficialmente o Palácio Piratini. Ele já colocou o seu nome à disposição para ser o candidato tucano na eleição de outubro.