Eleições 2022: Crise e dilema no PSDB

Eleições 2022: Crise e dilema no PSDB

Pronunciamento de Simone Tebet (MDB) reafirma sua intenção de liderar a chapa. Cabe, agora, aos tucanos se decidirem

Taline Oppitz

A manifestação da senadora Simone Tebet, na mesma semana em que João Doria retirou o time de campo, foi estratégica

publicidade

A manifestação da pré-candidata do MDB ao Planalto, senadora Simone Tebet, na mesma semana em que João Doria retirou o time de campo, foi estratégica. Simone falou do país, criticou a polarização, rasgou elogios a lideranças tucanas, entre elas o próprio Doria, defendeu a formação de uma terceira via e disse que tem certeza que contará com o apoio do PSDB. Ou seja, ela pretende seguir os planos de ser cabeça de chapa. E nesta quarta-feira, falou como tal. “Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora: homens e mulheres de bem do PSDB. Não tenho dúvida de que essa construção está sendo muito bem feita pelo nosso presidente Baleia Rossi e pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo”, disse.

Até a próxima semana, o PSDB, que até aqui foi o principal impedimento para a formação de uma aliança, terá de se definir. Ala do partido defende representante próprio. Outra, está confortável com a indicação do vice. O nome de Eduardo Leite voltou ao cenário. Ele diz, no entanto, que por ora não pensa em ser vice. Outro cotado para a vaga, Tasso Jereissati, por sua vez, defende a indicação de Leite para compor a dobradinha.

Na prática é o PSDB sendo PSDB. Partido acostumado a protagonizar a polarização com o PT nas disputas presidenciais no país, o PSDB vive uma crise histórica. Nas últimas eleições ao Planalto, em 2018, Geraldo Alckmin fez pífios 4,8% dos votos. A bancada na Câmara dos Deputados foi reduzida a menos da metade. O partido foi literalmente atropelado pelo fenômeno Bolsonaro. Neste ano, se o caminho for abrir mão da candidatura própria, será a primeira vez que os tucanos não terão um representante ao governo federal desde a fundação do partido. Talvez, no entanto, seja melhor entregar os anéis e permanecer com os dedos. O temor, embasado, da cúpula tucana é o de que o partido seja praticamente extinto nessas eleições. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895