Eleições 2022: o novo round da terceira via

O recuo de João Doria da pré-candidatura ao Planalto não solucionou o impasse que impede a formação da chamada terceira via. Mesmo com Doria fora do páreo, o grupo não consegue chegar a consenso sobre a cabeça de chapa, tampouco sobre a escolha do vice. Com o nome de volta à mesa de negociações após o ex-governador de São Paulo ser retirado de cena, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite fez nova jogada.

Em entrevista ao UOL News, Leite afirmou que não planeja ser vice em eventual chapa liderada pela senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB ao Planalto. “Não estou trabalhando com essa perspectiva. A eleição nacional não se dá apenas pela formação de chapa nacionalmente, mas também pelos palanques regionais, trabalho nos bastidores”, disse o gaúcho.

Ala do PSDB do Rio Grande do Sul vem defendendo que Leite dispute o Piratini, mas com a exclusão de Doria, Leite voltou a ser cotado como cabeça de chapa na sucessão presidencial. O ex-governador gaúcho, no entanto, se esquivou do tema quando questionado. “Se quisesse simplesmente ser candidato a presidente tinha opção no momento em que me foi ofertado por outros partidos políticos. Não troquei de partido. A discussão se dá no PSDB com a participação também em conversas com outros partidos”, afirmou, em referência ao episódio que envolvia sua ida para o PSD, de Gilberto Kassab.

A troca de partido já era considerada certa, mas a pressão de tucanos e a falta de garantias financeiras por parte de Kassab, para bancar uma candidatura presidencial, teriam levado Leite a recuar. Mesmo não tratando do tema diretamente, até porque cometeu erros estratégicos em parte do processo, ao se expor demais, Leite está fardado para disputar o Planalto. Os próximos capítulos dirão se os dirigentes dos partidos envolvidos na costura serão capazes de chegar a um entendimento.