Em Brasília, semana é uma incógnita

Em Brasília, semana é uma incógnita

Após declarações desnecessárias e uma viagem cancelada, o momento é acalmar os ânimos no Planalto

Taline Oppitz

Presidente adiou viagem a China, neste final de semana, por motivos médicos

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O presidente Lula retorna ao trabalho nesta terça-feira após período de resguardo em função de uma pneumonia que adiou sua viagem à China. A volta de Lula ocorre após uma semana conturbada, marcada por falas desnecessárias do presidente em relação ao seu desafeto e algoz, Sergio Moro. Ao afirmar que queria “f… Moro” e que os planos do PCC para sequestrar e assassinar o agora senador e seus familiares seriam outra armação do ex-juiz, Lula deu artilharia à oposição, palco para Moro, gerou desgaste político para si e ofuscou as agendas positivas do governo.

É compreensível que o petista guarde mágoa do processo e dos dias de prisão, mas agora é hora de governar e trabalhar pelo país. As manifestações de Lula ainda colocam em xeque seu discurso de antes e durante a campanha e também da posse, de dar fim aos tempos de ódio e desunião do país. O momento é de acalmar os ânimos, mas Lula tem agido como incendiário, não como bombeiro.

A semana que começa é uma incógnita, mas tem potencial para acirrar ainda mais o cenário em função da volta de Jair Bolsonaro ao Brasil, após meses de permanência nos Estados Unidos. A chegada de Bolsonaro irá inflar seus militantes e apoiadores e, consequentemente, a oposição a Lula no Congresso. Bolsonaro tem seus próprios problemas para resolver, e não são poucos, como o caso das joias da Arábia Saudita.

A Lula, caberá esfriar a cabeça, segurar o palavreado e focar na administração do país e em temas urgentes, como a Reforma Tributária.


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