Encerramento da CPMI do 8 de janeiro será marcado por embates

Encerramento da CPMI do 8 de janeiro será marcado por embates

Oposição afirmou que votará contrário ao relatório produzido pela senadora Eliziane Gama. Senadores defendem omissão do governo federal

Taline Oppitz

A promessa de Eliziane é a de inclusão de depoimentos e documentos obtidos pela CPMI em seu parecer

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Marcada por fortes embates políticos desde sua instalação, há quatro meses e meio, a CPMI do 8 de janeiro encerrará suas atividades nesta semana. Nesta terça-feira, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve apresentar o relatório final. A expectativa é a de que a votação do documento ocorra no dia seguinte, na quarta-feira. Como ocorreu até aqui, o encerramento promete, mais uma vez, queda de braço entre situação e oposição em relação aos atos de vandalismo deflagrados no dia 8 de janeiro, com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes - Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal -, em Brasília.

A promessa de Eliziane é a de inclusão de depoimentos e documentos obtidos pela CPMI em seu parecer. A relatora minimizou o impacto negativo nas investigações em função de decisões monocráticas de ministros do Supremo, como Nunes Marques e André Mendonça. A CPMI recorreu das decisões, mas ainda não houve resposta da mais alta Corte do país.

De antemão, a oposição já avisou que irá apresentar dois votos em separado. Segundo o senador Magno Malta (PL-ES), o documento irá sustentar a narrativa de suposta omissão do atual governo federal em relação aos ataques. O tratamento destinado aos presos no dia 8, parte deles já condenados, com duras penas pelo Supremo, também será alvo de críticas e investidas da oposição, assim como o fato de os presos não terem sido ouvidos na CPMI.

Ao longo dos trabalhos, foram ouvidos 20 depoentes. Entre eles, os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno, e de Lula, general Gonçalves Dias, além do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal. Originalmente, a comissão foi instalada por uma iniciativa da oposição, visando investigar a suposta omissão do governo federal em relação aos ataques. A situação, no entanto, com manobras políticas e legislativas, conseguiu formas maioria.


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