Escassez de medicamentos e de oxigênio pautam audiência

A pauta da audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia, nesta quarta-feira, com a participação da secretária da Saúde, Arita Bergmann, era a apresentação do relatório de gestão da pasta no terceiro quadrimestre de 2020, mas o foco do debate foi a escassez de kits de intubação e medicamentos em hospitais no Rio Grande do Sul. Parlamentares manifestaram a aflição enfrentada em entidades de todo o Estado com a redução de seus estoques. Arita afirmou que aguarda ainda para esta semana a chegada de pelo menos 1,2 milhão de unidades de medicamentos do kit intubação, que incluem Cisatracúrio, Rocurônio, Atracúrio e Midazolam enviados pelo Ministério da Saúde.

Segundo a secretária, é realizado monitoramento dos estoques por meio de sistema que deve ser alimentado com informações, semanalmente, por cada hospital. A partir dos dados lançados, os medicamentos são distribuídos. Ela reforçou a necessidade de os hospitais manterem o sistema sempre atualizado. Os estoques de oxigênio em solo gaúcho também foram tratados na reunião. Arita disse estar mantendo contato direto com empresas fornecedoras e que já alertou o Ministério da Saúde sobre a necessidade da aquisição e envio de cilindros.

A secretária condenou o aumento do preço de medicamentos, mas destacou que, infelizmente, as elevações estão dentro da lei. De acordo com o diretor de Auditoria da Secretaria, Bruno Naundorf, depois de aprovado pela Anvisa, todo novo medicamento recebia um preço-teto que era definido e reajustado anualmente pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que permite as distorções observadas. Segundo Naudorf, o problema não se limita à Covid-19, mas à saúde como um todo, especialmente nos casos que envolvem judicializações.