Esquenta a disputa nas prévias do PSDB para 2022

Esquenta a disputa nas prévias do PSDB para 2022

Desistência de Tasso, que apoiou Eduardo Leite, acirra disputa entre governador gaúcho e Doria

Taline Oppitz

Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) desistiu das prévias em apoio a Eduardo Leite

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A desistência do senador Tasso Jereissati (CE) em disputar as prévias do PSDB para apoiar o governador Eduardo Leite (PSDB) não pegou ninguém de surpresa. A estratégia foi alinhavada há meses e antecipada pela coluna em 17 de junho. A disputa interna está marcada para 21 de novembro e se concentra em Leite e no governador de São Paulo, João Doria.

Com o apoio de Tasso, Leite cresce no Ceará e em outros estados do Nordeste. O gaúcho conta ainda com o apoio no Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Segundo Tasso, 80% dos diretórios estão com ele ou com Leite. Doria leva vantagem em São Paulo, que conta com o maior número de parlamentares e filiados do PSDB, e fechou apoio em Tocantins, DF e Pará.

Apesar de ter se capitalizado com o episódio do empenho pela vacina, ala do PSDB está insatisfeita com a atuação do governador, que cogitou, inclusive, assumir a presidência do partido, e os recursos envolvidos. A postura de Doria é considerada autoritária, enquanto Leite é reconhecido pelo diálogo e ponderação. Há pelo menos outra diferença entre ambos que tem pesado internamente. Enquanto Doria se firmou como arqui-inimigo do presidente Jair Bolsonaro, Leite tem postura distinta e mais moderada, apesar de ter elevado o tom das críticas, especialmente a partir do episódio envolvendo os atos de 7 de setembro.

A aposta do PSDB é a de viabilidade de uma terceira via, para quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula. O cenário, no entanto, indica que este será o maior desafio do partido na corrida pela sucessão presidencial, independentemente de quem seja o candidato.

Em tempo: apoiadores de Leite têm expectativa de mudança de posição de FHC, que surpreendeu quando manifestou adesão a Doria. 


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