Incêndio no prédio de Secretaria de Segurança Pública expôs mazelas históricas

Incêndio no prédio de Secretaria de Segurança Pública expôs mazelas históricas

Apesar do PPCI em dia, ações ainda estavam em processo de execução

Taline Oppitz

Incêndio começou por volta das 22h da noite e destruiu o prédio

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Classificado como tragédia pelo governador Eduardo Leite (PSDB), o incêndio que destruiu o prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e levou ao desaparecimento de dois bombeiros, ainda não encontrados, também expôs as mazelas de um Estado que convive historicamente com uma crise financeira estrutural. O Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio (PPCI) do local é considerado em dia, mas ações ainda estavam em processo de execução. Com nove andares e 27 metros, o prédio deveria contar com sprinklers, os chamados chuveirinhos acionados em caso de fogo. Mas eles não estavam lá.

Segundo Heloisa Kuser, diretora-geral do IGP, que trabalhava no local e deixou o prédio às 20h, cerca de uma hora antes do início do incêndio, eram muitas estruturas divisórias com materiais inflamáveis, como isopor. “As duas laterais que não vieram abaixo, são justamente onde ficam as escadas de emergência, protegidas por portas contra incêndio”, disse, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.

As fragilidades, no entanto, não ficam restritas às estruturas e atingem também equipamentos para a prestação dos serviços a contento. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, coronel César Eduardo Bonfanti, as viaturas em uso não são as consideradas adequadas para combater incêndios em prédios altos, como o da SSP. Bonfanti reconheceu que a dificuldade da corporação é histórica em todo o território gaúcho. 

União

Até aqui, ainda na dependência da localização dos dois bombeiros desaparecidos, os estragos do incêndio foram materiais e patrimoniais e os trabalhos da secretaria a das polícias não serão afetados. Um movimento de mobilização, coordenado pela Assembleia, junto aos demais poderes e órgãos, deve ocorrer para destinar parte de seus orçamentos à reconstrução da secretaria. A sugestão foi feita pelo presidente da Comissão de Segurança da Casa, Edegar Pretto (PT). 


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