IPE: Cpers diz que haverá migração em massa para o SUS

IPE: Cpers diz que haverá migração em massa para o SUS

Taxação de dependentes deverá elevar os custos do plano para servidores com menores salários

Taline Oppitz

Discussão sobre o IPE Saúde deverá gerar polêmica

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O governador Eduardo Leite (PSDB) e integrantes da cúpula do Executivo apresentam nesta terça-feira aos líderes e técnicos das bancadas aliadas a proposta do IPE Saúde, elaborada após rodadas de reunião com partidos e entidades. O encontro está marcado para as 18h30, no Galpão Crioulo do Piratini. Desta vez, a expectativa é que o texto esteja fechado, com alterações sugeridas e que, depois de novas negociações, as mudanças, que certamente virão, ocorram durante as discussões em plenário.

Os deputados, que terão a responsabilidade de aperfeiçoar e avalizar ou não a proposta, estão em meio ao fogo cruzado. Há os argumentos do governo, a necessidade real de tomar atitudes para viabilizar o instituto, garantir que não ocorra uma migração de servidores que ganham mais para planos privados e um descredenciamento em massa de médicos. Presidente do CPers, que representa a maior categoria do Estado, Helenir Schurer afirmou que não há como salvar o IPE Saúde sem passar pelo tema das revisões salariais. “Após oito anos de congelamento salarial, deveria ser óbvio para o governo que o IPE sofreria este impacto, considerando que as contribuições se dão com base nos vencimentos. A culpa não é nossa, e agora, para tentar segurar a permanência dos servidores que ganham mais, os que recebem menos terão de pagar a conta”, disse a dirigente em entrevista ao programa "Esfera Pública", da Rádio Guaíba.

Helenir destacou ainda um cenário que até aqui não foi considerado, pelo menos não publicamente, pelo Piratini. Ao considerar no cálculo a taxação de dependentes na tabela prevista, o que, na prática, é o ponto que enfrenta maior resistência no Legislativo, os que ganham menos terão impacto considerável em seus contracheques e isso terá desdobramentos com impacto negativo para o IPE. “O governo tem medo de que os que ganham mais migrem para planos privados, mas não pensou que os que ganham menos também migrarão, e em massa, deixando o IPE e indo para o SUS”, disse Helenir.

Segundo ela, apenas entre os professores e servidores de escolas a estimativa é que, no curto prazo, cerca de 50 mil usuários deixem o instituto por falta de recursos para bancar as contribuições, com impacto no orçamento do IPE Saúde. Em tempo: entidades médicas também estão insatisfeitas. Segundo o presidente do Cremers, Carlos Sparta, apesar de reuniões com o Executivo não há diálogo na prática e a fórmula apresentada, de taxação dos dependentes, irá sobrecarregar os servidores que ganham menos.


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