Legislação precisa mudar ou crise na segurança irá aumentar, diz Caron

Legislação precisa mudar ou crise na segurança irá aumentar, diz Caron

O secretário de Segurança Pública do RS afirmou que “alguns benefícios, criados na intenção de tirar criminosos de baixa periculosidade da cadeia, ajudam comandantes do crime organizado”

Taline Oppitz

Sandro Caron preside o Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública

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Com a posse marcada para o dia 1° de fevereiro no comando do Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski, que atuou 17 anos no Supremo, terá pela frente uma série de desafios. Entre eles, a crise de segurança, ainda mais patente em estados como Rio de Janeiro e Bahia. Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública, Sandro Caron, que comanda a pasta no Estado, tem convicção de que a crise será o maior desafio de Lewandowski.

Caron defendeu que a reação passa pelo combate ainda mais contundente ao crime organizado, por meio da asfixia financeira, e por abrir o debate nacional de revisão, urgente, na legislação processual penal, pauta que ele defende desde 2020, quando era secretário no Ceará.

“É o momento para a virada de chave. Esse é o desafio do ministro Lewandowski, da União e dos estados. Alguns benefícios, criados na intenção de tirar criminosos de baixa periculosidade da cadeia, ajudam comandantes do crime organizado, homicidas. Hoje, no Brasil, sem ajustes na lei, vamos seguir enxugando gelo e a crise só vai aumentar. Aqui, criminosos perigosos saem pela porta da frente dos presídios. Não sou a favor do encarceramento generalizado, mas estes criminosos, megatraficantes não podem ser beneficiados por este instituto”, disse, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.

A pauta das chamadas saidinhas já mobiliza embates no Congresso e ganhará ainda mais destaque com o fim do recesso. Após a posse de Lewandowski, Caron marcará audiência para entregar ao ministro sugestões do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública.


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