Leite diz que RS manterá prazo do Marco do Saneamento

Leite diz que RS manterá prazo do Marco do Saneamento

Apesar de possíveis mudanças na lei nacional, privatização da Corsan deverá ser concluída

Taline Oppitz

Leite concedeu entrevista exclusiva ao Esfera Pública, da Rádio Guaíba

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Aprovado em 2020 pelo Senado, após o aval da Câmara dos Deputados, o Marco Regulatório do Saneamento voltou à pauta de discussões e gerou polêmica já no primeiro dia de governo do presidente Lula. Segundo a legislação atual, o país deve garantir, até 2033, que 99% da população tenha acesso à água potável e 90% tratamento de esgoto. Há controvérsias jurídicas, mas o entendimento majoritário é o de que o Planalto abriu brecha para uma revisão do Marco Regulatório, visando atrasar concessões e privatizações para manter as empresas estatais. O tema gera polêmica no Rio Grande do Sul há algum tempo, nos campos político e jurídico.

A Corsan foi leiloada na B3, em São Paulo, em 20 de dezembro, por R$ 4,15 bilhões. A assinatura do contrato, no entanto, está prevista para ocorrer em aproximadamente 30 dias. Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), ampliar prazos para que os índices sejam atingidos, mantendo as estatais, prejudicará, especialmente, os que mais precisam. “Espero que não seja este o caminho adotado pelo governo federal. Aqui no Estado, manteremos o prazo original, de 2033, e seguiremos com o processo de privatização da Corsan”, disse, em entrevista exclusiva ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.

Sobre sua base na Assembleia, Leite reconheceu que não contará com a mesma margem de aliados na próxima legislatura, em comparação com seu primeiro mandato, quando a base era integrada por 40 deputados. Ele afirmou, no entanto, que apostará no diálogo, inclusive com a oposição, e ponderou que as propostas mais polêmicas, como as reformas estruturais, já foram vencidas.

Em relação às negociações que vinham ocorrendo, já no governo anterior, com a mediação do Supremo, sobre a forma de compensação das perdas dos estados e municípios com a redução de alíquotas do ICMS aprovada pelo Congresso Nacional, visando baixar o preço dos combustíveis, Leite está confiante em uma saída. “Pode ser por meio de compensação ou pelo abatimento dos valores da dívida com a União, mas terá de acontecer”, afirmou.

Em tempo: o governo decidiu prorrogar, por mais 60 dias, a desoneração de impostos federais sobre combustíveis, inclusive importados.


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