Lira dá novo e claro recado a Lula
Presidente da Câmara afirmou em entrevista que o governo deverá "equilibrar o jogo"
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Após mais uma semana tumultuada em Brasília, com risco de nova derrota para o Planalto envolvendo a MP de reestruturação do governo, o presidente Lula (PT) entrou em campo para tentar reforçar a articulação política com o Congresso Nacional, que, até aqui, foi um fiasco. Não apenas por culpa do Planalto, mas também porque o ambiente na Câmara é hostil, complexo e, em muitos casos, pouco republicano. Talvez a única forma de atender às reivindicações capitaneadas pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP), seria Lula entregar a cadeira da presidência da República ao Progressista, que vem dando as cartas.
Nesta segunda-feira, Lula tentou ainda reunir-se com os líderes para tentar minimizar os ânimos e reforçar a articulação, mas o encontro acabou adiado. Sem meias palavras, Lira afirmou que a formação do ministério de Lula deixou a Câmara prejudicada. “A Câmara ficou nessa situação sub-representada. Ou representada por decisões que não pertenceram diretamente aos partidos. Se o governo escolheu essa maneira, lógico, ele vai ter como mudar o rumo dessas escolhas e equilibrar esse jogo para que ele tenha maior conforto”, disse Lira.
O recado de Lira, que conta com mais de duas centenas de votos na Casa, não foi o primeiro nem será o último. As investidas, aliás, ocorrem de forma privada e pública, em palavras ou pelo painel do plenário da Câmara. Até aqui, Lula e o governo seguem nas cordas aguardando o próximo round.
