Lula causa "crise desnecessária" ao falar sobre episódio envolvendo plano contra Sérgio Moro

Lula causa "crise desnecessária" ao falar sobre episódio envolvendo plano contra Sérgio Moro

"É visível que é uma armação", disse o presidente, citando juíza sucessora do senador na 13ª vara federal

Taline Oppitz

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Definitivamente, o presidente Lula ainda não se reacostumou a estar na cadeira mais importante do país. O petista, dia após dia, deflagra crises políticas e garante artilharia à oposição em função de manifestações totalmente desnecessárias.

A mais recente ocorreu durante agenda em Itaguaí. Provocado pela imprensa sobre o episódio envolvendo o plano do PCC para matar o senador Sérgio Moro e outras autoridades, descoberto por meio de operação da Polícia Federal, Lula afirmou: “Acho que é mais uma armação do Moro, mas quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro”. Em seguida, o presidente destacou que a juíza que autorizou a ação não estava em atividade. “Mas isso a gente vai esperar. Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas”, remendou.

O estrago, no entanto, foi feito e o petista acabou dando palanque para Moro, considerado por ele seu algoz. Apesar de falar em cautela, e em ponderar a situação, na prática Lula foi categórico ao acusar o senador. A juíza, mencionada pelo petista, é Gabriela Hardt, de Curitiba, próxima de Moro e sua sucessora na 13ª vara federal. Moro, que, de fato, pois é do jogo, está explorando política e midiaticamente o caso, reagiu. O senador perguntou se Lula não tinha decência e afirmou que se algo acontecesse, o presidente seria o culpado.

Não bastasse toda a polêmica em torno do caso, e as falas erráticas de Lula, a queda de braço com o Banco Central e a inédita crítica pública do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a decisão do Copom em relação à taxa básica de juros deflagrou nova crise.

Em resumo: o governo, até aqui, apesar de ações colocadas em prática, vem ganhando manchetes pelos erros cometidos e que poderiam facilmente ser evitados, lembrando a postura do antecessor, Jair Bolsonaro, que gerava um problema por dia com suas manifestações impensadas. Uma guinada precisa ocorrer. E logo.


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