Lula tem longo caminho pela frente

Lula tem longo caminho pela frente

Presidente eleito ainda precisa apresentar outros 13 nomes e partidos aliados reivindicam espaço

Taline Oppitz

Ao todo, foram 16 nomes confirmados dos 37 ministérios

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Lula, presidente eleito, anunciou uma leva de ministros nesta quinta-feira, às vésperas do Natal. Ao todo, foram 16 nomes confirmados dos 37 ministérios. Seis deles são mulheres. Uma em cargo mais do que estratégico. O ministério da Saúde será comandado por Nísia Trindade. Atual presidente da Fiocruz e integrante da equipe de transição, ela será a primeira mulher na pasta. Apesar de atender, em parte, a cobranças como a presença de mulheres, negros e indígenas no primeiro escalão, os problemas do futuro presidente na composição do governo estão longe de acabar.

O papel de Simone Tebet (MDB), que entrou de corpo e alma na campanha do petista no segundo turno, ainda é uma incógnita. Os interesses do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ainda não foram contemplados a contento, assim como as expectativas do Centrão, bloco que detém centenas de votos. O PT, partido de Lula, também é um problema. Talvez um dos mais complexos. Historicamente, o partido não está acostumado a ceder quando se trata de espaços de poder, nem mesmo para aliados de longo tempo, quiçá para os cristãos novos.

O destaque do anúncio foi o papel do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). O ex-tucano conta com trânsito em setores fundamentais, como o empresariado e o agronegócio, dos quais o PT se afastou, e acumulará funções, assumindo o Ministério da Indústria e Comércio. Alckmin não foi durante a campanha e não será no governo um coadjuvante. Seu papel é estratégico e muito similar ao exercido pelo vice José Alencar, na primeira eleição vitoriosa de Lula ao Palácio do Planalto, em 2003. 


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