MDB: novo comando tem o desafio de definir candidato e criar unidade

Definido o novo comando do MDB gaúcho, em convenção neste domingo, na qual Fábio Branco foi confirmado como titular na presidência, vem pela frente um dos maiores desafios do partido. O MDB está rachado e o processo de prévia, que deflagrou a divisão, acabou suspenso. O foco a partir de agora é definir quem será o representante do MDB na disputa de outubro ao Piratini.

Estão no páreo os deputados federais Alceu Moreira e estadual Gabriel Souza. O partido deu a largada para as eleições no ano passado, com uma série de encontros regionais para embasar a elaboração do programa de governo a ser defendido, mas esbarrou na escolha do pré-candidato. Sem um nome e consenso à disposição, com a negativa de José Ivo Sartori, a disputa interna foi o caminho escolhido, mas rapidamente naufragou devido aos efeitos colaterais instantâneos gerados pelo processo.

Agora, caberá a Fábio Branco e às demais lideranças da nova executiva estadual buscar equalização política para definir o representante do partido e minimizar os danos, amplos e públicos. Simultaneamente, o calendário eleitoral segue correndo. Enquanto a maioria dos partidos já lançaram seus pré-candidatos e intensificam negociações e articulações para a formação de alianças, o MDB não tem um representante para chamar de seu, o que prejudica as conversações com potenciais aliados.

Em sua manifestação no encontro, Gabriel Souza defendeu um pacto. “Proponho um pacto da unidade partidária, sob qualquer hipótese, independentemente da decisão que o partido tomar. E isso nos levará a vitória ao Piratini”, disse. Último a falar, Alceu Moreira afirmou que está “ preparado para governar o Estado e se meu partido me der essa honra, farei um governo para oferecer igualdade de oportunidades”, destacou.

Ala do MDB classificou o discurso de Alceu como marcado pela mágoa. Entre os que resistem à candidatura de Gabriel, pesa o apoio antecipado manifestado por Eduardo Leite (PSDB).