Nacionalmente, MDB já tem ala abandonando o barco
Grupo dentro do partido busca aproximação com o pré-candidato petista
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Enquanto os holofotes estão todos voltados para as articulações e exigências feitas pelos tucanos, que envolvem a tentativa de viabilizar uma terceira via na corrida presidencial, negociações paralelas começam a ganhar fôlego nos bastidores do cenário nacional. Ala de lideranças emedebistas avalia que não há espaço para o crescimento de uma alternativa e que a disputa pelo Palácio do Planalto está mesmo fadada a ser travada entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
O grupo se movimenta com o objetivo de aproximação com o pré-candidato petista, que está aberto às negociações. Esta parte do MDB vai bem além de Renan Calheiros, que nunca apoiou Simone Tebet e que tem longa relação com Lula. Na prática, o cenário apenas mostra o MDB sendo o MDB.
Apesar de estar entre os maiores partidos do país, considerando a história recente, o MDB contou com candidatos próprios em apenas duas eleições presidenciais: Orestes Quércia, em 1994, e Henrique Meirelles, em 2018. Meirelles acabou em sétimo lugar com apenas 1,20% dos votos válidos. Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) foram para a segunda etapa da disputa.
Mesmo com apenas dois protagonistas nas sucessões ao mais alto cargo do país em 24 anos, o MDB nunca esteve afastado do poder, independentemente do resultado das urnas. Chegou, inclusive, a assumir a presidência do país com o impeachment de Dilma Rousseff (PT), episódio que levou o então vice, Michel Temer, que, aliás, teve participação decisiva para o desfecho, direto para o comando do Planalto.