Novo elemento

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CPI da Covid amplia tensionamento em Brasília

TALINE OPPITZ

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O tensionamento do cenário político em Brasília ganhou um novo elemento com o aval, já esperado, do plenário do Supremo Tribunal Federal, à determinação monocrática prévia do ministro Luís Roberto Barroso, de instalação da CPI da Covid. Na prática, a CPI já havia sido criada na véspera da decisão do plenário da Corte pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Dem-MG), que ampliou o objeto inicial de investigar a atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e englobou outro pedido, de averiguação de repasses de verbas federais para estados e municípios, que em alguns casos teriam sido utilizados para outros fins. Além da polarização política extrema, inédita no Brasil, há ainda como pano de fundo da CPI as articulações e embates públicos que já tiveram início em função da sucessão presidencial de 2022. Pré-candidatos, como o gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se tornarão alvos ainda mais concretos de aliados de Bolsonaro na CPI. O episódio da comissão, que nos bastidores vem preocupando a cúpula do Planalto, envolve ainda a guerra deflagrada contra o Supremo, com críticas sucessivas de interferência indevida da Corte. No caso de determinação sobre a criação de CPIs, no entanto, esta está longe de ser inédita. Decisão idêntica foi proferida pelo Supremo em 2005, no caso da CPI dos Bingos, cujo objeto era investigar o primeiro grande escândalo no governo Lula, descoberto no ano anterior. Em 2007, foi determinada pelos ministros a criação da CPI do Apagão Aéreo. Esta, inclusive, contou com o apoio do então deputado federal Jair Bolsonaro. E em 2014, quando o Supremo estabeleceu a necessidade da criação da CPI da Petrobras. 


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