Novo tenta se reinventar e usará rendimentos do Fundo Partidário

Novo tenta se reinventar e usará rendimentos do Fundo Partidário

Em crise, partido deverá utilizar os recursos para se "reestruturar"

Taline Oppitz

João Amoedo foi um dos fundadores do partido e um dos principais personagens da crise interna

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O Novo reúne nesta terça-feira, às 18h30, em formato híbrido, em São Paulo, seus dirigentes, convencionais, integrantes dos diretórios nacional, estaduais e municipais. Na pauta, que deve ser aprovada, a possibilidade de o Novo passar a usar os rendimentos do Fundo Partidário. O Novo recebe os recursos há sete anos, mas não conseguiu realizar a devolução da verba, cuja a não utilização é uma de suas principais bandeiras. Os recursos do Fundo Eleitoral, cerca de R$ 80 milhões, foram devolvidos. O valor total do Fundo Partidário do Novo, que estão aplicados, gira em torno de R$ 120 milhões.

“Vamos usar os rendimentos para reestruturar o partido, profissionalizar a gestão partidária e organizar o Novo para ser o representante  de direita liberal que o Brasil precisa”, disse à coluna o ex-deputado estadual gaúcho Fábio Ostermann.

Além de ações como a reestruturação das bases e da atração de outros líderes, cada vez mais escassos, está na lista a necessidades a reforma do Estatuto partidário. Fundado em 12 de fevereiro de 2011, por cidadãos não vinculados à política, o Novo enfrenta o desafio de se reinventar. Um dos ápices da crise que já tem tempo, se deu com a declaração de voto de João Amoêdo em Lula no segundo turno na disputa ao Planalto nas eleições de 2022, uma das mais acirradas e bélicas da história do país.

Amoêdo foi um dos fundadores do Novo, comandou o partido nacionalmente e concorreu à presidência da República. O resultado da declaração do voto em Lula foi a suspensão de sua filiação pelo Comissão de Ética do partido, em apenas um dos episódios que levou o Novo a uma queda política expressiva. O partido enfrenta divisões internas, viu suas bancadas serem drasticamente reduzidas e não atingiu a cláusula de barreira nas eleições do ano passado.

Agora, o partido do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, luta por sua sobrevivência. E para tanto, terá de deixar pelo caminho algumas de suas principais bandeiras.


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