O desafio da frente ampla de esquerda em Porto Alegre

O desafio da frente ampla de esquerda em Porto Alegre

O PT oficializou pré-candidatura de Maria do Rosário a prefeitura. Agora, articulação deverá ser com os outros partidos

Taline Oppitz

A deputada estadual Sofia Cavedon, que também estava no páreo, recuou. Facilitando os desdobramentos dentro do partido

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Após dois adiamentos, o PT, como esperado, confirmou o nome da deputada federal Maria do Rosário como representante, nas discussões com outros partidos de esquerda, em torno da tentativa de formação de uma frente ampla na disputa pela prefeitura de Porto Alegre no ano que vem. O desfecho foi possível devido ao recuo da deputada estadual Sofia Cavedon, que também estava no páreo.

Os esforços até aqui tinham o objetivo de evitar uma disputa interna. Alardeadas e comemoradas por décadas, por meio das prévias, as competições estão cada vez menos presentes no ambiente petista por terem levado a rachas que fizeram o partido disputar eleições em clima de conflagração entre suas próprias lideranças e militantes. A partir de agora, há pela frente articulação complexa para viabilizar uma união dos partidos de esquerda ainda no primeiro turno. Entre as dificuldades, estão a forma de escolha dos nomes que irão integrar a chapa majoritária e a tradicional dificuldade do PT em abrir mão da cabeça de chapa em favor de indicados de partidos aliados. Além da composição com o PSol/Rede, que estão juntos em federação, há movimentos visando ampliar a aliança com os reforços do PDT e do PSB.

Articulações neste sentido foram intensificadas nos últimos dias. Paralelamente, as conversas envolvendo a parceria entre trabalhistas e socialistas estão bem mais avançadas. No dia 4 de dezembro, as bancadas federais e estaduais do PDT e do PSB irão se reunir, em Porto Alegre. Na pauta, a união entre os dois partidos, nas eleições municipais de 2024, em municípios do interior do Rio Grande do Sul e também na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. O movimento é um reflexo antecipado à formação da federação envolvendo PDT e PSB para as eleições gerais de 2026.

Exigência feita em 2022 não foi esquecida

Um episódio que ocorreu durante as negociações entre partidos de esquerda, visando a formação da frente ampla na disputa de 2022, ao Palácio Piratini, não foi esquecido por algumas lideranças do socialistas. À época, o PSol atrelou à indicação do vice de Edegar Pretto, então candidato petista ao governo gaúcho, à ausência do PSB da composição. O argumento foi o de que o PSB havia integrado as administrações “neoliberais” de José Ivo Sartori (MDB) e de Eduardo Leite (PSDB). “O PSol fez essa exigência e o PT cedeu à chantagem. Por isso ficaram de fora do segundo turno”, disse um dirigente socialista à coluna.


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