O dia seguinte depois da eleição

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Isolamento de Bolsonaro dá margem para ampliação do protagonismo de Lula

Taline Oppitz

À tarde, Bolsonaro saiu do Palácio do Alvorada mas não se comunicou com a imprensa ou manifestantes

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Mais de 24 horas após o encerramento da votação do segundo turno no país, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue no mais absoluto silêncio. À tarde, Bolsonaro saiu do Palácio do Alvorada, onde tradicionalmente atende a imprensa, militantes e simpatizantes, sem nenhum tipo de comunicação. O tradicional cercadinho ficou completamente vazio (foto). À tarde, o presidente se reuniu com ministros mais próximos, como o da Economia, Paulo Guedes, da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fábio Farias, entre outros.

Na pauta, a necessidade de manifestação de Bolsonaro reconhecendo a derrota e a discussão sobre qual deve ser o tom de sua fala. Até o início da noite, o silêncio, no entanto, permanecia. É a primeira vez que um presidente que perde as eleições não se manifesta e não cumprimenta o adversário pela vitória. Enquanto isto, ocorrem bloqueios em estradas em 18 estados, em atos contra a vitória de Lula na disputa ao Planalto.

Nas redes sociais, lideranças que apoiam Bolsonaro, aos poucos, começam a se manifestar reconhecendo a vitória do petista. Um dos filhos do presidente, Flávio Bolsonaro, sempre presente na internet, publicou, na tarde desta segunda-feira: “Pai, estou contigo para o que der e vier!"

Presidente eleito, Lula (PT) por sua vez, manteve diversos compromissos. O petista recebeu o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em um hotel de São Paulo. Fernández veio ao Brasil para parabenizar Lula pela vitória. O petista conversou ainda, por telefone, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por cerca de 20 minutos. Segundo Lula e o governo americano, Biden disse que será montada uma equipe para debater e projetar o que pode ser feito em conjunto entre os dois países. 

O encastelamento de Bolsonaro, neste momento, deu margem para ampliar o protagonismo de Lula, internamente e no cenário internacional, mesmo antes da posse no Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2023. 


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