Papel de Simone Tebet intriga o PT

Papel de Simone Tebet intriga o PT

Senadora, que teve papel importante para a campanha de Lula no 2º turno, será ministra de Planejamento e Orçamento

Taline Oppitz

Tebet não contou verdadeiramente com o apoio do MDB em sua candidatura ao Planalto em 2022, mas cresceu como candidata para 2026

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Ex-candidata do MDB ao Planalto, a senadora Simone Tebet, enfim, teve seu futuro definido no governo Lula. Ela aceitou assumir o Ministério do Planejamento e Orçamento, após um período de incertezas. A abrangência que o ministério terá na administração com início em 1º de janeiro de 2023, no entanto, ainda está sendo definida pelo presidente eleito. Os bancos públicos ficarão de fora do escopo da pasta.

No segundo turno, Tebet não apenas declarou apoio ao petista, mas entrou de corpo e alma na campanha. Lideranças e militantes do PT, como de praxe, sustentam que Lula sempre foi o único capaz de vencer Jair Bolsonaro. Pode até ser, mas definitivamente ele não obteve êxito nas urnas sozinho. Adesões que vieram no segundo turno foram decisivas para o desfecho eleitoral. Tebet, aliás, saiu maior do que entrou na campanha e ganhou a simpatia de ala do eleitorado especialmente por seu desempenho em debates e entrevistas. Não teve chance em função da ampla polarização que marcou a corrida eleitoral deste ano, mas se cacifou para uma futura candidatura, onde deve ser adversária de Fernando Haddad.

Historicamente, o MDB, um dos maiores partidos do país, abriu mão do protagonismo nas disputas ao Palácio do Planalto, mas, independentemente do resultado das urnas, sempre esteve no poder ou muito próximo dele. Mesmo quando lançou representantes próprios, como Orestes Quércia, em 1994, e o cristão novo Henrique Meirelles, em 2018, o MDB nunca apoiou verdadeiramente seus candidatos. O mesmo ocorreu com Tebet na disputa deste ano. Desde o primeiro turno, alas do MDB já se dividiam entre Bolsonaro e Lula. Dependendo de seus movimentos e de seu desempenho daqui até 2026, assim como os de Lula e de Haddad, considerado seu “herdeiro natural”, Tebet pode conseguir se viabilizar, verdadeiramente, como alternativa, dentro e fora do MDB. O tempo dirá. 


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