Propostas mostram os desafios do Rio Grande do Sul

Propostas mostram os desafios do Rio Grande do Sul

Porém, candidatos pecam em apresentar soluções viáveis

Mauren Xavier (interina)

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As centenas de páginas que reúnem os planos dos governos dos 11 candidatos ao Palácio Piratini, segundo cadastros na Justiça Eleitoral, deixam em evidência as similaridades e diferenças entre os postulantes ao governo, como aponta o levantamento do repórter Felipe Nabinger. Além disso, mostram os desafios que o futuro ocupante da cadeira de governador terá pela frente. Porém, boa parte do conteúdo peca em não apresentar soluções e propostas claras e viáveis.

Os documentos também ajudam a identificar aqueles que poderão ser os temas mais polêmicos de discussão eleitoral, como é o caso da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que concretizou após sete anos, a renegociação da dívida do Estado com a União, ganhou destaque e aparece em quase todos os projetos. Independente das posições, quem assumir o comando do Palácio Piratini no próximo ano terá que lidar com o assunto e, especialmente, com o impacto, caso tente revogar, que isso representará às finanças públicas.

Similar ao que ocorreu na eleição de 2018, a posição em relação às privatizações também se destaca nos projetos. Apesar de alguns candidatos destacarem que pretendem revogar as concessões já realizadas, na prática a medida é muito difícil. No atual cenário, assim, as atenções deverão seguir em relação à Corsan, que está com o processo em andamento, e ao Banrisul, que sempre é o centro da polêmica.

Em tempo 1: a discussão nacional, que tem contaminado o debate entre os postulantes do Piratini, não está representada com a mesma força nos documentos.

Em tempo 2: o papel até pode aceitar tudo, mas nem todas as propostas apresentadas são de competência do governador do Estado. Logo, não podem ser concretizadas. 

"Duas gestões"

Na introdução, a proposta de Eduardo Leite (PSDB) traz a citação: “o ciclo 2019-2022 aproxima-se do fim com um clima positivo de resultados, transformação e afirmação do projeto que conduz o Estado há duas gestões”, em uma referência ao seu antecessor José Ivo Sartori (MDB). Após a crise interna no MDB, que resultou em um racha e, posteriormente, na indicação de Gabriel Souza como vice de Leite, esse parece ser um aceno concreto para amenizar as resistências. O efeito prático, só o tempo dirá. 


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