Semana tem fortes articulações políticas no RS

Dois movimentos no mapa eleitoral do Estado, e nacionalmente, ganharão força nesta semana. O MDB marcou para esta segunda-feira reunião do diretório estadual. Na pauta, a definição da executiva do partido, que, na prática, é apenas um passo necessário para o maior desafio do MDB até aqui. A escolha do pré-candidato ao Piratini, em suspenso, após o recuo sobre as prévias.

Seguem no páreo Alceu Moreira, que passou a defender eleições diretas para a escolha, e Gabriel Souza. A consulta aos filiados do partido neste momento se torna inviável, e sugere a intenção do grupo de Alceu de adiar ainda mais a definição. Enquanto isto, a base do partido está cada vez mais ansiosa e insatisfeita. Gabriel Souza é o preferido tanto de partidos que são potenciais aliados, quanto de ala significativa de lideranças e militantes do MDB.

O desfecho envolvendo o futuro de Alceu, no entanto, é o problema. O deputado já foi retirado do comando do partido e, agora, corre sérios riscos de perder a briga para ser o representante do MDB ao governo gaúcho. Neste cenário, não será surpreendente se Cezar Schirmer acabar lançado para a disputa interna. Ele neutralizaria Alceu, pois conta com o mesmo grupo de apoiadores. Na prática, no entanto, a decisão facilitaria a escolha de Gabriel, considerado com maior potencial, pela maior aproximação com os governos de José Ivo Sartori e de Eduardo Leite, que precisará de palanque forte no Estado para a disputa presidencial e de um sucessor para defender sua gestão no Piratini.

Leite, por sua vez, se desdobra para não oficializar o que nos bastidores já é considerado certo: seu ingresso no PSD para disputar o Planalto, que deve ser confirmado nesta semana. Claro que a renúncia ao governo e o desembarque do PSDB, partido onde está há 20 anos, pesam, mas seu futuro político pesará mais.