Taxistas de Porto Alegre dizem que poder público quer usar a categoria

Taxistas de Porto Alegre dizem que poder público quer usar a categoria

Em reunião ocorrida nesta semana, profissionais pediram reajuste de 30% e foram recomendados a 'paralisar' a cidade

Taline Oppitz

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Realizada na última terça-feira, a reunião para tratar do pedido de reajuste da tarifa dos táxis em 30%, e que contou com as presenças do prefeito Sebastião Melo (MDB), secretários municipais e vereadores, vem gerando desconforto e tensionamento entre a categoria. Os motivos foram manifestações feitas no encontro pelo prefeito e por vereadores, de que a categoria precisa ampliar as mobilizações, inclusive gerando transtornos no trânsito da cidade, se necessário.

O objetivo seria criar “ambiente político” propício para justificar o reajuste de 30%. A coluna teve acesso à gravação da reunião na EPTC, feita  por um dos presentes. Na reunião,  representantes dos taxistas ainda alegaram que não poderiam adotar ações que pudessem paralisar a cidade, prejudicando as pessoas. O argumento, no entanto, não obteve efeito.

Uma das vereadoras que estava no local afirmou que as mobilizações realizadas até aqui “não tinham sido suficientes”. Ao afirmar que uma nova reunião seria realizada, Melo disse: “nós voltamos a conversar na próxima semana. Se vocês elevarem a pressão, a conversa será mais rápida.”

O prefeito destacou que os taxistas deveriam também adotar ações junto à imprensa e a instâncias como a tribuna popular.

Representantes dos taxistas que estavam no encontro afirmaram que seguiriam com as reivindicações, mas que “não por meio de uma paralisação incitada pelo poder público“. Um dos vereadores presentes então falou, “se não for assim, não rola”.

“Ficou claro que querem nos usar para gerar transtornos na cidade. Não faremos isso, até porque somente iríamos conseguir irritar a população. A decisão faz parte do ônus dos gestores”, disse um taxista à coluna nesta quinta-feira.

O  pedido de reajuste da tarifa em 30% foi feito em 22 de junho deste ano Segundo a categoria,  há defasagem de sete anos no valor do serviço.


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