Tempos difíceis para o Planalto

Tempos difíceis para o Planalto

CPIs com alto viés político tensionam os ânimos no Congresso e devem influenciar as votações em plenário

Taline Oppitz

A CPMI de 8 de janeiro teve uma primeira reunião tumultuada

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Após uma primeira reunião tumultuada, na última semana, a CPI de 8 de janeiro se encontra novamente na próxima quinta-feira. E os ânimos não devem estar mais amenos. Na reunião desta semana serão definidos os primeiros nomes chamados para prestar esclarecimentos. Ministros do presidente Lula, como Flávio Dino, da Justiça, estão na lista, mas homens próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid e seu ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, estão na mira do grupo, que tem maioria governista.

Além da CPI de 8 de janeiro, data em que os prédios do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal foram invadidos, evidenciando falhas na segurança e conivências com os atos de vandalismo, a comissão que investiga ações do MST também preocupa o Planalto. Ambas têm alto viés político e potencial polêmico e a queda de braço se dará em torno de qual grupo conseguirá emplacar sua narrativa.

Além disso, a atenção de partidos e parlamentares aos trabalhos nas CPIs acabará tensionando ainda mais os ânimos e terá reflexos no andamento das votações em plenário, onde o governo patina. A aprovação, pela Câmara, do arcabouço fiscal, na última semana, texto que agora depende de aval do Senado, não representou vitória do Planalto, mas do presidente da Casa, Arthur Lira, que tem deixado, junto ao seu grupo de aliados, o governo na posição de refém.


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