Um dia após a distração de integrantes da base aliada, que impediu a abertura da sessão deliberativa de terça-feira na Assembleia Legislativa, o líder do governo na Casa, Frederico Antunes (PP), minimizou o episódio. Seriam analisados os projetos de adequação à legislação federal sobre o Teto de Gastos, última etapa para a homologação da adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal, e a proposta de investimentos de cerca de R$ 500 milhões do Tesouro do Estado em estradas federais, como as BRs 116 e 290.
“Não quero focar no que ocorreu durante a sessão, mas no antes, quando obtivemos a afirmação da maioria para viabilizar a aprovação dos textos”, disse Frederico em entrevista ao programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba. O deputado fez referência às articulações que antecederam a sessão. Pelos cálculos, pelo menos 30 parlamentares votariam a favor das matérias. No caso do texto relativo ao regime, o apoio mínimo necessário é de 28 votos.
A pauta foi incluída recentemente no calendário eleitoral por pré-candidatos ao Piratini, o que ampliou a tensão e dificultou os planos do governo. Frederico reconhece a contaminação eleitoral e que o atual cenário, favorável ao Executivo, pode ser alterado até a próxima terça-feira, data em que as propostas serão analisadas. “Tudo pode acontecer. Tudo é possível”, afirmou.
Em relação aos apoios, o mais simbólico é o do PP, partido de Frederico, responsável pela articulação política do Piratini desde o início da administração de Eduardo Leite. Os votos relativos aos nove projetos anteriores sobre o assunto foram favoráveis, mas as críticas do pré-candidato do partido, senador Luis Carlos Heinze, geraram desconforto entre os companheiros de partido. Apesar da posição de Heinze, a bancada fechou questão e os sete parlamentares progressistas sustentarão o apoio à iniciativa.
Taline Oppitz