Vacinas em xeque

Vacinas em xeque

A imunização para os pequenos é marcada por amplas controvérsias, polêmicas e politização

Taline Oppitz

Processo de imunização começa no dia 15 de fevereiro em Porto Alegre

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Nesta segunda-feira completou-se um ano do início da vacinação no Brasil. A imagem da primeira imunizada, em São Paulo, a enfermeira Mônica Calazans, rodou o mundo. Na mesma data, após 365 dias, mais um avanço: o início da imunização de crianças de cinco a 11 anos no Brasil.

A vacinação para os pequenos é marcada por amplas controvérsias, polêmicas e politização. Sem necessidade. Os pais que quiserem imunizar seus filhos, o farão, os que não quiserem, não. Simples. Apesar de ter um dos melhores sistemas de vacinação do planeta, o Brasil, assim como outros países, vêm enfrentando a volta de doenças que, ao menos por aqui, estavam consideradas erradicadas. Casos do sarampo e da poliomielite. Doenças facilmente contidas, com imunizações conhecidas há décadas.

O cenário é resultado de movimentos antivacinas, que sempre existiram, mas que agora crescem e se fortalecem por todo o mundo. Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), no final de 2021, durante 2020, mais de 22 milhões de crianças não tomaram a primeira dose da vacina contra o sarampo, representando três milhões a mais do que em 2019. O número foi o maior aumento em mais de duas décadas e, segundo os órgãos, cria condições perigosas para a ocorrência de surtos.

Segundo Kevin Cain, diretor de Imunização Global dos CDC, “um grande número de crianças não vacinadas, surtos de sarampo e detecção e diagnóstico de doenças desviados para apoiar as respostas à Covid são fatores que aumentam a probabilidade de mortes relacionadas ao sarampo e complicações graves em crianças”. A apreensão de responsáveis por menores em relação à vacina contra a Covid até pode ser compreendida. Sobre as demais, velhas conhecidas, fica difícil aceitar.


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