Vitórias de candidatos do governo são quase certas, mas conta virá

Vitórias de candidatos do governo são quase certas, mas conta virá

Câmara e Senado realizam eleições hoje

TALINE OPPITZ

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As atenções do cenário político brasileiro estarão hoje integralmente voltadas às eleições dos sucessores de Rodrigo Maia (Dem) e de Davi Alcolumbre (Dem) nos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente. O desfecho das disputas interessa diretamente ao governo Jair Bolsonaro, em função do poder, especialmente do presidente da Câmara, que pode facilitar ou atrapalhar consideravelmente os planos do Planalto, ditando, por exemplo, o ritmo de tramitação de projetos e a pauta das propostas em plenário. Outro fator é crucial para os interesses de Bolsonaro, que acumula 61 pedidos de impeachment contra ele na Câmara: o presidente da Casa tem a prerrogativa exclusiva de engavetar ou levar adiante os processos. Em função disto, nos últimos dias, o Planalto vem jogando pesado para garantir a vitória de Arthur Lira (PP), candidato de Bolsonaro, sobre Baleia Rossi (MDB), apoiado por Maia, com a liberação de recursos e de obras nas bases eleitorais parlamentares, e de cargos, o que levará à reforma do ministério. Integrantes do primeiro escalão, como Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina, reassumiram seus mandatos para garantir mais votos certos a Lira. Além das mudanças visando alterar o mapa de poder no governo, Bolsonaro, na última semana, afirmou ainda que pode recriar os ministérios da Cultura, dos Esportes e da Pesca, antes transformados em secretarias, visando abrir mais espaço ao chamado Centrão, para reforçar sua base política no Congresso. No Senado, o candidato de Bolsonaro é Rodrigo Pacheco (Dem), que também conta com o apoio do PT. Como a votação é secreta, surpresas não podem ser descartadas mas tudo se encaminha para a vitória dos dois candidatos do presidente ainda no primeiro turno. O esforço para garantir o desfecho, no entanto, representará conta alta a ser paga. E a cobrança começará em breve.


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