Conversa de Carro: a saga continua

Conversa de Carro: a saga continua

Volkswagen volta a invocar a história do rock para embalar marketing dos seus carros

Renato Rossi

Música e automóvel, combinação que captura inconsciente coletivo

publicidade

Há décadas o Grupo Volkswagen utiliza ídolos e ícones da música como poderosa conexão com o inconsciente coletivo. Assim foi na noite de comemoração dos 70 anos da Volkswagen do Brasil, com convidados da imprensa e diversas áreas sociais. A justa homenagem da marca a seus colaboradores no Brasil.

E a maioria das 6 mil pessoas presentes ao Ginásio de esportes do Ibirapuera eram funcionários da Volkswagen; eufóricos, com suas famílias. Mas de uma celebração “íntima”, tudo mudou em instantes. No centro da área de apresentação, no local das canchas esportivas, surgiu um enorme telão com o impactante vídeo de Elis Regina, revivida pela tecnologia digital. Jovem, ela cantava a bordo de uma Kombi dos anos 70, o ícone “Como nossos pais”, do jovem cearense Belchior. Canção de mudança e reflexão tornada atemporal.

A música consagrou em definitivo o gênio de Elis Regina e o talento rebelde de Belchior. Na noite do Ibirapuera, nas vozes poderosas de Elis e de sua filha Maria Rita, foi o rastilho de pólvora que explodiu as emoções de mais de 6 mil pessoas. Os jornalistas choravam, todos choravam. Maria Rita em choro convulsivo teve que ser amparada no palco improvisado. Nos dias que se seguiram vieram críticas sobre o “oportunismo” da Volkswagen, que evocava a liberdade quando tivera seu nome ligado à ditadura militar. Não há provas contundentes a respeito desta possível ligação. Nem importa mais.

O que importou foi a conexão com milhões de pessoas na imediata “viralização” do vídeo no Brasil e mundo. É lógico que houve a intenção comercial e um poderoso marketing por trás de vídeo tão evocativo. Mas a qualidade musical, junto à criatividade humana e o inegável bom gosto da proposta da montadora, comprovou, mais uma vez, que a música popular sempre funciona para conectar.

Aquele Mick Jaegger fez o Maracanã tremer no sábado de 40ºC de fevereiro de 1995. A finalidade era vender a imagem jovem do Gol Rolling Stones. A Volkswagen tinha ido muito além, ao descobrir o “mapa da mina” recheado com o fantástico rock. Uma saga que continua no recém lançado T-Cross The Town


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895