Conversa de carro: desafios no Dia da Terra

Conversa de carro: desafios no Dia da Terra

Decisões da indústria, entre combustão e elétrico, projetam futuro incerto

Renato Rossi

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O passado contemplou um planeta de recursos naturais inesgotáveis. Nos 51 anos após a instituição do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado segunda-feira, o planeta foi degradado pela impiedosa e insana ação
humana. Se a Terra ainda é bela vista do espaço, aqui embaixo a realidade é dramática. O futuro, incerto.

Parte da Humanidade luta para conter o aquecimento global, efeito colateral da poluição planetária que nada poupa. Há um festival de barbáries sem limites. Na quarta-feira, a Guerra na Ucrânia gerou monstruoso crime ambiental: a destruição da Represa de Nova Khakova. Trilhões de litros de água foram desperdiçados. Terrível isto, quando se sabe que mais de um bilhão de pessoas estão ameaçadas pela desertificação.

A tragédia da represa é somente mais um episódio corriqueiro, na interminável desgraça ecológica que assola o planeta. Do descarte de lixo de forma inadequada, aos poderosos interesses econômicos que desmatam a Amazônia, trocando um ainda possível ar limpo global por “picanha e maminha”. Imoral e insano o desmatamento.

Agora, o governo do Brasil expande a frota automobilística para salvar empregos na indústria. Quando há urgência em reavaliar a dependência ao Petróleo e a produção de mais de 120 milhões de veículos a combustão a cada ano. Em cidades de ar irrespirável milhares de ônibus a diesel vislumbram realidade urbana inviável 20 anos à frente.

A China se apega ao carro elétrico e gasta bilhões de dólares a cada ano para tratar o câncer e graves doenças respiratórias, que deixam os chineses dependurados em respiradores artificiais. O elétrico é uma alternativa real e necessária ao petróleo. Mais 2ºC somados à temperatura global e somem todas as cidades litorâneas do mundo, somem as ilhas do Pacífico e Atlântico. Não é previsão mística, é ciência. É urgente uma consciência global que salve o planeta.


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