Conversa de Carro: gigantes no Brasil e o duelo elétrico

Conversa de Carro: gigantes no Brasil e o duelo elétrico

Great Wall e BYD preparam invasão dos eletrificados com fábricas no país

Renato Rossi

Chineses são referência global no setor

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A apresentação do Volkswagen ID4, na quinta-feira na revenda Guaibacar, em Porto Alegre; sinaliza que a Volkswagen acompanha os movimentos das montadoras chinesas e se preocupa com os passos ousados destas montadoras. Os chineses têm duas marcas poderosas que já concorrem no Brasil. Great Wall e BYD são rivais na China, onde a BYD se coloca como líder do mercado.

Ambas tem sucessos de vendas, como o Haval 6 da Great Wall e Yuan da BYD. Mas enquanto a BYD tem fábricas na Europa, Ásia e Estados Unidos, a Great Wall tem sua primeira operação industrial fora da China no Brasil. A grandiosidade do mercado interno chinês equaliza as duas em número de vendas. Em todo o mundo, a BYD hoje é a líder na produção e vendas de veículos eletrificados, que são híbridos e elétricos, tendo produzido 2 milhões de unidades em 2022. Quer vender 3 milhões este ano.

O aporte de capital para as operações da Great Wall no Brasil foi de US$ 10 bilhões, 90% investido na compra da Unidade Industrial que foi da Mercedes-Benz em Iracemapolis, interior de São Paulo. A BYD comprou a fábrica da Ford em Camaçari e ressuscita a economia local no investimento de R$ 3 bilhões e geração de 5 mil empregos. Os desempregados pela Ford agradecem.

A BYD até 2025 deve produzir 250 mil unidades. Não há definição ainda em relação aos modelos que serão comercializados no Brasil. Mas BYD e Great Wall deverão produzir muitos milhões de carros elétricos com preço competitivo. Os chineses têm experiência e investiram trilhões no automóvel eletrificado nos últimos 15 anos. As montadoras chinesas e os consumidores receberam enormes incentivos fiscais do Partido Comunista, que na verdade é um avassalador partido capitalista. Enfim, a China se jogou no futuro elétrico, sem medo, e venceu o desafio.


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