Conversa de carro: o domínio chinês

Conversa de carro: o domínio chinês

Até julho de 2023 as vendas acumuladas globais de BYD ultrapasaram 4,8 milhões de unidades

Renato Rossi

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A apresentação do Volkswagen ID4 sinaliza que a Volkswagen acompanha os movimentos das montadoras chinesas e suas estratégias globais ousadas. Mas lançar ao ótimo ID4 no Brasil num número limitado a 150 unidades, define o descompasso entre a ambição das montadoras chinesas e as evidentes limitações de produção das montadoras ocidentais, que estão distantes dos chineses na tecnologia e capacidade de produção. A Volkswagen investiu até agora na produção de uma linha elétrica mais de 200 bilhões de dólares. Não é o suficiente para que se aproxime de uma BYD que tem fábricas na Europa e Ásia e Estados Unidos da América. Enquanto sua maior rival na China a Great Wall tem sua primeira operação industrial fora da China no Brasil, a BYD é a líder na produção e vendas de veículos eletrificados. O número de produção atingiu na quarta feira 9 de agosto, a 5 milhões de unidades.

O número recorde da BYD expressa a espantosa evolução em produção e competitividade da nova indústria automobilística elétrica da China. Foram necessários 14 anos para que a indústria automobilística atingisse a marca de 10 milhões de veículos de energia limpa e menos de 8 meses para chegar aos 20 milhões de veículos elétricos produzidos. Em 2022 a produção da BYD alcançou 1.186 milhões de unidades. Em 2023 a produção se acelera e mais de 1.6 milhões de unidades já foram produzidas de janeiro a julho. Deste total 92.649 unidades foram comercializadas fora da China. Até julho de 2023 as vendas acumuladas globais de BYD ultrapasaram a 4.8 milhões de unidades.

A Great Wall investiu mais de 10 bilhões de dólares em suas operações no Brasil com 90% investidos na compra da Unidade Industrial da Mercedes Benz em Iracemápolis, interior de São Paulo. A BYD comprou a fábrica da Ford em Camaçari e ressuscitou a economia local no investimento inicial de 3 bilhões de reais e geração de 5 mil empregos.

A BYD até 2025 deve produzir 250 mil unidades no Brasil. As montadoras chinesas receberam bilhões de dólares em incentivos fiscais do governo da China o que as impulsionou na conquista global do mercado elétrico, cada vez mais consolidada. A China se jogou no futuro elétrico sem medo e venceu o desafio. Agora as marcas ocidentais correm atrás dos chineses que ditam seu “passo do ganso elétrico”. Difícil alcançá- los.


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