Conversa de carro: trabalho forçado

Conversa de carro: trabalho forçado

Nova consciência global afasta capitalismo de práticas maliciosas

Renato Rossi

Direitos humanos estão no foco da indústria

publicidade

As recentes denúncias de grupos de pressão que defendem os direitos humanos e denunciam os abusos de empresas e governos em relação a meio ambiente e direitos humanos gera uma nova consciência global, que afasta o capitalismo de práticas maliciosas. As indústrias automobilísticas, a cada ano, despejam no mundo mais de 110 milhões de veículos, por enquanto a petróleo.

E são as mais sensíveis às criticas dos grupos de pressão, que tem o apoio de boa parte da humanidade. O automóvel não é mais o veículo com quatro rodas e motor que queima petróleo. Hoje as montadoras devem estar conscientes que práticas enganosas geram críticas e boicotes que podem retirar mercados de marcas com praticas conservadoras. Em tempos passados era possível que a Mitsubishi escondesse no Japão os defeitos de seus carros. Até ser denunciada e sofrer um boicote que até hoje a deixa como marca marginal no Japão e Europa. Nesta semana a Volkswagen está em negociações com sua parceira chinesa a Saic.

Há denúncias de que a unidade industrial de Xinjiang, que a Saic compartilha com a Volkswagen, desrespeita direitos humanos. Um tema crítico numa China que pratica a censura aos meios de comunicação. Mas há denúncias dos trabalhadores na fábrica de que há trabalho forçado. E estas chegaram à Europa. Os grupos de pressão na Alemanha solicitaram boicote a produtos da Volkswagen. Agora os investidores exigem uma completa auditoria sobre as práticas de trabalho na fábrica de Xinjiang.

Na quinta-feira, a Volkswagen promoveu em sua sede em Wolfsburg o “dia do capital e mercado”. Os investidores contrários às práticas deletérias dos chineses manifestaram sua indignação. E ameaçam retirar capital investido na Volkswagen. O trabalho escravo é grave, problema que pode afetar imagem e o capital da Volkswagen.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895