Unicruz pesquisa fauna silvestre atropelada em rodovia da região noroeste do estado

Unicruz pesquisa fauna silvestre atropelada em rodovia da região noroeste do estado

O estudo é coordenado pela bióloga e doutora Valeska Martins e integram a equipe uma bolsista e mais quatro universitárias voluntárias do curso de Medicina Veterinária

COLABORE

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Um estudo realizado pela Universidade de Cruz Alta tem buscado identificar a fauna silvestre atropelada nas rodovias da região noroeste do Rio Grande do Sul. O monitoramento vem sendo realizado na BR 158/RS, sentido de Cruz Alta/Santa Maria.

Entre os dados analisados na pesquisa estão a espécie dos animais, localização e estado da carcaça, quilômetro onde aconteceu o atropelamento, se foi em uma curva, reta ou descida, se há vegetação no entorno ou atividade na região, presença de alimentos na pista e condições climáticas.

A coleta referente aos atropelamentos, é realizada em duas expedições mensais. Os integrantes da equipe percorrem as rodovias de carro a uma velocidade média de 60 km/h, nas primeiras horas da manhã, a fim de observar os animais vitimados no crepúsculo e aurora anteriores à expedição ou que já tenham sido atropelados em dias anteriores, observando-se diretamente tanto a rodovia como o acostamento. Quando a equipe encontra um animal silvestre atropelado, é feito o registro em uma ficha de campo, contendo as informações da espécie, data, hora, km, coordenadas e altitude. Os animais também são fotografados para facilitar a identificação.

As espécies recolhidas que encontram-se em bom estado, após identificadas, são taxidermizadas e incorporados ao acervo da coleção didática do Laboratório de Anatomia Animal da Universidade, para isso a Instituição esta autorizada pela licença Sisbio/77953-1 (autorização especifica para atividades com finalidade científica). A identificação se dá por comparação com a literatura científica especializada e consulta a especialistas, quando necessário. Os animais taxidermizados são utilizados nas aulas práticas do curso de Medicina Veterinária.

Conforme o estudo, até agora foram registrados na rodovia o atropelamento de 265 animais silvestres. As espécies mais afetadas, segundo dados preliminares coletados até agosto, são: o gambá, o zorrilho e o graxaim.
A pesquisa começou a ser feita em março e será finalizada em dezembro de 2021.

De acordo com a coordenadora do projeto,  professora Valeska Martins, o estudo contribui para a identificação das espécies vitimadas por atropelamentos no noroeste do Estado e os fatores relacionados com a mortalidade de animais nas rodovias. Além disso, a partir deste estudo será possível estabelecer ações de conservação a fauna, principalmente em locais onde possam ocorrer um elevado índice de atropelamentos, despertando à conscientização e a sensibilização dos condutores de veículos que utilizam a rodovia.


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