Amigos da nadir superou grandes perdas

Amigos da nadir superou grandes perdas

Panificadora de Maratá foi destruída por incêndio em 2017 e perdeu sua fundadora, dona Nadir, em 2019, mesmo assim mantém produção de cucas apreciadíssimas na Expointer

Por
Patrícia Feiten

Fundada em 1999, na localidade de São Pedro do Maratá, no município de Maratá, a panificadora Amigos da Nadir foi destruída por um incêndio em 2017. O agricultor Airton Metz, que na época investia na ampliação do empreendimento, conseguiu salvar apenas uma máquina de fazer biscoitos adquirida por meio de financiamento no ano anterior. Uma semana depois, porém, a indústria voltou a funcionar, em um prédio desocupado cedido pela prefeitura. Os equipamentos para retomar a produção foram comprados do mesmo fornecedor parceiro, que se solidarizou com o produtor e facilitou as condições de pagamento. Metz também contou com ajuda de conhecidos, que doaram máquinas usadas.

O acidente não foi o único grande revés sofrido pela família. Dois anos depois, Metz enfrentou a perda da mãe, Nadir, a mente por trás das receitas de pães, cucas e bolachas vistosos que ele exibiu aos visitantes do seu estande no Pavilhão da Agricultura Familiar. “Eu e minha mãe que começamos (o negócio), depois a esposa virou meu braço direito”, emociona-se. 

Produtor de milho, com uma propriedade rural de 11 hectares, Metz conta que decidiu apostar na industrialização incentivado pela Emater/RS-Ascar e precisou de persistência para continuar no negócio. As primeiras instalações, consumidas pelo incêndio, foram construídas ao lado de sua antiga casa – “uma meia-água” –, e os ingredientes para a produção eram pagos com cucas. “A gente ia no mercado, levava 30 cucas e pegava (o equivalente) em farinha. A distribuição era feita com uma moto, em uma caixa de fruta onde eu colocava as cucas. Depois, um pastor me indicou comprar um baú de fibra, para ficar fechadinho, sem pegar poeira”, lembra.

Com o tempo, o agricultor adquiriu um carro e começou a participar de feiras, o que impulsionou o negócio. Na última Expointer, surpreendeu-se com o movimento em seu estande – apenas no primeiro dia, vendeu cerca de 600 cucas. Metz também fornece seus produtos a prefeituras de municípios vizinhos, por meio de programas de alimentação escolar. Para o futuro, planeja implantar um ponto de venda e um café colonial, além de distribuir seus pães em São Leopoldo e Porto Alegre. “A gente trabalha com pouca gente, mas produz bastante”, destaca o agricultor.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895