Um dos torneios mais importantes do continente no futebol feminino começa na próxima sexta-feira, dia 8 de julho: a Copa América feminina, que chega à sua nona edição e terá como palco a Colômbia, com os jogos sendo disputados nas cidades de Armênia, Bucaramanga e Cali. O término será em 30 de julho. A partida Bolívia e Equador, às 18h (hora de Brasília), abre o torneio. A Seleção Brasileira é considerada a favorita e vai em busca do octacampeonato. As meninas já conquistaram sete vezes a competição (1991, 1995, 1998, 2003, 2010, 2013 e 2018), sendo seis de maneira invicta. A única vez que o Brasil não saiu vencedor foi na edição de 2006, quando a Argentina ficou com o troféu. A seleção campeã receberá uma premiação de 1 milhão e meio de dólares e a seleção vice-campeã receberá o valor de 500 mil dólares.
Nesta edição do campeonato, as dez seleções do continente foram divididas em dois grupos de cinco times na primeira fase. O Grupo A é formado por Colômbia, Equador, Paraguai, Bolívia e Chile. O Grupo B conta com Brasil, Argentina, Peru, Uruguai e Venezuela. A etapa terá como palcos o Estádio Pascual Guerrero, de Cali, e o estádio Centenario, da cidade de Armênia. Cada seleção enfrenta as outras quatro de seu grupo uma vez, completando, portanto, quatro partidas na primeira fase. A equipe que se classificar em primeiro de um grupo enfrentará a segunda colocada do outro nas semifinais (sendo assim, primeiro do Grupo A x segundo do Grupo B / primeiro do Grupo B x segundo do Grupo A). Já os terceiros colocados de cada uma das chaves se enfrentam na disputa pelo quinto lugar do torneio.
As fases finais serão disputadas em Armênia e também no estádio Alfonso López, de Bucaramanga. Em caso de empate em qualquer um dos jogos das semifinais, o vencedor será definido nos pênaltis. Na final, no entanto, em caso de empate no tempo normal haverá prorrogação de dois tempos de 15 minutos. O campeonato garante três vagas diretas e duas repescagens para a Copa do Mundo de 2023, na Austrália e Nova Zelândia. O campeão, o vice-campeão e o terceiro colocado se classificam automaticamente, enquanto o quarto e o quinto colocado jogam a repescagem. A Copa América também entrega uma vaga direta e uma vaga na repescagem para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: o campeão está classificado e o vice disputa a repescagem olímpica contra uma seleção de outra confederação (a ser determinada). Além disso, ainda garante três vagas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023.
Características da Seleção sob o comando de Pia Sundhage
Na fase de grupos, o Brasil fará a sua estreia no dia 9, encarando a Argentina, a partir das 21h (de Brasília), no estádio Centenario, em Armênia, mesmo local do confronto com o Uruguai, no dia 12, às 18h (de Brasília). No dia 18, a adversária será a Venezuela, novamente em Armênia. A última partida na etapa será diante do Peru, no dia 21, às 21h (de Brasília), mas desta vez no estádio Pascual Guerrero.
A técnica sueca Pia Sundhage, no comando da Canarinho desde 2019, chamou 23 jogadoras para a disputa da competição. A única representante de equipes gaúchas é a goleira Lorena, que defende o Grêmio também desde 2019, e somando passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira, inclusive tendo o título de Campeã Sul-Americana Sub-20. As outras 22 atletas são as goleiras Letícia (Corinthians) e Luciana (Ferroviária-SP), as zagueiras Antonia (sem clube), Fernanda Palermo (São Paulo), Kathellen (Inter de Milão), Letícia Santos (Frankfurt), Tainara (Bayern Munique), Tamires (Corinthians) e Rafaelle (Arsenal). As meia-campistas são Adriana (Corinthians), Angelina (OL Reign-EUA), Ary Borges (Palmeiras), Duda Santos (Palmeiras), Gabi Portilho (Corinthians), Kerolin (North Caroline Courage-EUA), Luana (Paris Saint-Germain) e Maria Eduarda Francelino (Flamengo), e as atacantes Bia Zaneratto (Palmeiras), Debinha (North Caroline Courage-EUA), Gabi Nunes (Madrid CFF), Geyse (Madrid CFF) e Gio (Levante).
Antes da estreia na Copa América, a Canarinho disputou dois amistosos, sendo derrotadas em ambas. A primeira aconteceu diante da Dinamarca, no dia 24 de junho, no Parken Stadium, em Copenhague, e terminou em 2 a 1 para as dinamarquesas. O gol brasileiro foi marcado por Debinha. Já na segunda partida, o Brasil encarou a Suécia, no dia 28, na Friends Arena, em Estocolmo, e foi batida de virada por 3 a 1. Novamente, o tento das meninas foi anotado por Debinha. A atacante destacou que o time teve uma lição já para a disputa da competição na Colômbia. "Tivemos um pouco de falta de atenção. Daqui para frente a lição que a gente tem é manter o foco", disse Debinha.
A técnica Pia Sundhagen acredita que um dos diferenciais na disputa da Copa América será o preparo físico. "Poderíamos estar um pouco melhor preparadas fisicamente e isso será importante na Copa América. Para que façamos o melhor com as jogadoras que temos", disse a sueca. "Não estamos apenas treinando tecnicamente, mas temos que considerar a parte física também", acrescentou. "Há margem para melhora. Acredito que teremos tempo o suficiente para nos preparamos para a Copa América", completou ela, logo após os amistosos preparatórios na Europa. A treinadora afirmou ainda que a Seleção precisa estar "focada e concentrada" nos jogos na Colômbia. Sundhagen disse, ainda, que o time tem muitas jogadoras novas, inexperientes. "Temos jogadoras novas, que não jogaram tantas partidas. Tenho que levar isso em consideração. Vai tudo junto, as jogadoras novas, o aspecto físico, mas criaremos um time coeso. Na Copa América, melhoraremos isso. Precisamos fazer um trabalho bom para que o time esteja pronto para jogar todas as partidas da Copa América", analisou. "Mas nós estaremos prontas para a Copa América", finalizou.
Foto: LUCAS FIGUEIREDO /CBF / CP
