O Grêmio de 2023 teve confirmado o talento de Suárez, mas outros jogadores não se mostraram tão estáveis na temporada
Lucas Mello
Não há como falar em elenco do Grêmio em 2023 e não começar por Luis Suárez. O uruguaio foi não apenas a grande estrela tricolor do ano, como também do futebol brasileiro, e não por acaso conquistou o Prêmio Bola de Ouro. Começou a temporada em alta e se manteve assim durante todo o ano. No entanto, assim como Bitello, outro que se destacou, mas foi vendido. Assim, ambos ficam de fora de uma análise de quem termina o ano em alta ou em baixa nos lados da Arena.
Sendo assim, e a começar pelo gol, Gabriel Grando terminou a temporada em baixa, após passar por oscilações ao longo do ano e ficar no banco de reservas nas últimas três partidas do Brasileirão. Caíque, ao contrário, vive outra realidade. Contratado do Ypiranga para ser o reserva imediato, o goleiro foi alçado a titular e correspondeu. As boas atuações devem garantir a permanência do camisa 31 para o próximo ano. Na lateral-direita, João Pedro foi o grande ‘achado’, sendo contratado como uma aposta e dando conta do recado. Tanto é verdade que ele deve ter o seu contrato renovado para a temporada 2024.
Já na lateral-esquerdo, com Reinaldo, a realidade é diferente. O jogador termina a temporada com críticas, principalmente na questão defensiva. Pelo seu lado, o Tricolor tomou muitos gols no Brasileirão e, por isso, busca um reforço para a próxima temporada. No meio-campo, Villasanti termina o ano em alta, como um dos expoentes da equipe de Renato Portaluppi. O paraguaio foi escolhido como um dos melhores volantes do Campeonato Brasileiro no prêmio Bola de Prata, da ESPN, e está bastante valorizado no mercado. O Tricolor, inclusive, busca renovar o vínculo do volante, com uma valorização salarial, por causa do interesse de outros clubes.
No ataque, há dois casos distintos. O primeiro é Everton Galdino. O camisa 13 terminou 2023 em alta, como titular e marcando gol na vitória sobre o Fluminense, no Maracanã. No dia seguinte à última rodada do Brasileirão, foi comprado pelo Grêmio e assinou contrato por três temporadas. Na contramão está João Pedro Galvão. Contratado do Fenerbahçe, da Turquia, o atacante chegou com expectativas na Arena. Porém, não conseguiu desempenhar o seu futebol e passou a ser alvo de críticas do torcedor tricolor. Termina o ano em baixa e tem vínculo de empréstimo até junho de 2024.
Altos e baixos do time colorado
Ao final do Campeonato Brasileiro, o herói de uma temporada pode se transformar, já no ano seguinte, em vilão. E vice-versa.
Fabrício Falkowski
Quando a bola para de rolar, normalmente ao final do Campeonato Brasileiro, torcedores, jornalistas e, principalmente, dirigentes trabalham para avaliar seus times. Interessante perceber que o herói de uma temporada pode se transformar, já no ano seguinte, em vilão. E vice-versa.
No Inter, há fracassos evidentes, como o de Dalbert, que teve suas oportunidades sem saber aproveitá-las e ainda brigou com a torcida ao ser substituído em um jogo, e outros nem tanto, como é o caso de Carlos de Pena. O meia uruguaio, que foi um dos destaques do time colorado que chegou na vice-liderança do Brasileirão em 2022, sob o comando de Mano Menezes, nunca mais firmou-se como titular, principalmente após o acirramento da concorrência com a chegada de reforços, no segundo semestre.
Dalbert tem contrato até dezembro, mas o Inter já busca outra alternativa para a posição. Ou seja, o contrato do jogador, que veio chegou ao Inter no meio da temporada após uma carreira toda construída em dez anos jogando em clubes da Europa, não deve ser renovado. Também é o caso de Rodrigo Moledo, zagueiro de longa folha de serviços prestados ao clube, mas impedido de jogar até julho devido a uma suspensão por doping imposta pela Conmebol. O volante Gabriel teve o contrato renovado, mas, mesmo recuperado de uma lesão que o afastou por quase um ano, recebeu poucas chances.
Outros que terminam a temporada em baixa são o centroavante Luiz Adriano e o volante Gustavo Campanharo, que perdeu relevância principalmente após a chegada de Eduardo Coudet, além dos jovens Estêvão e Lucas Ramos, que devem ser emprestados, se houver clube interessado, para adquirir rodagem. Matheus Dias também é oriundo da base e da mesma geração, mas tem a confiança dos dirigentes, apesar de ter finalizado o ano lesionado e ganhará mais oportunidades em 2024.
Há, por outro lado, aqueles que terminam 2023 por cima. O principal exemplo é Alan Patrick, que virou capitão, exponencial técnico e goleador. Além dele, Valencia provou em apenas seis meses que é artilheiro capaz de mudar o patamar de todo o time, mesmo jogando isolado no ataque. Aránguiz também, em pouco tempo, alterou a forma como o Inter lida com a bola no meio-campo, adquirindo rapidamente protagonismo. Com dois gols feitos nas derradeiras rodadas do Brasileirão, Pedro Henrique também encerra o ano em alta.
Carlos De Pena, jogador do Inter
| Foto: Ricardo Duarte / Inter Divulgação / CP
