Cooperativismo em rede comemora resultados

Cooperativismo em rede comemora resultados

Iniciativa da CCGL, lançada em 2018, a Rede Técnica Cooperativa (RTC) reúne hoje mais de mil profissionais capacitados para validar tecnologias e difundi-las entre os 170 mil produtores de sua área de abrangência

Por
Itamar Pelizzaro

O alinhamento técnico das cooperativas agropecuárias é um dos trunfos para a prosperidade do agro gaúcho. Após cinco anos, o projeto da Rede Técnica Cooperativa (RTC) reúne hoje mais de 1,1 mil profissionais em um ecossistema de experimentação, validação e difusão de tecnologias e práticas agrícolas que visam impactar positivamente as colheitas de mais de 170 mil associados de 29 cooperativas vinculadas à CCGL, de Cruz Alta. “A RTC tem um braço que alcança praticamente todos, uma capacidade de fazer até o que nem o Estado consegue por meio da Emater, conectando produtor, técnico e cooperativas para o crescimento”, avalia o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do RS (Sistema Ocergs), Darci Hartmann.

A RTC ainda é uma iniciativa inédita no Brasil. A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) reconhece que as associações agropecuárias, em seus diferentes nichos de atuação, têm cada vez mais trocado experiências para atender seus cooperados com pesquisa e assistência técnica, para otimizar processos e ter mais eficiência. “Os ganhos propiciados pelas ações da Rede, a exemplo dos incrementos de produtividade dos produtores rurais cooperados, auxiliam inclusive no alcance das metas estabelecidas pelo RSCoop150 no Rio Grande do Sul, coordenado pela Ocergs, e que faz parte de um grande desafio em nível nacional, o BRC 1 Tri de prosperidade, gerado pelo sistema cooperativista brasileiro”, afirma o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

O dirigente faz menção a dois planos. Em nível nacional, o BRC 1 Tri mobiliza o segmento a alcançar R$ 1 trilhão de faturamento e 30 milhões de cooperados até 2027. No Rio Grande do Sul, o Plano Gaúcho de Desenvolvimento para o Cooperativismo, o RSCoop150bi de prosperidade, pretende manter o ritmo acelerado e constante do setor nos últimos anos para atingir R$ 150 bilhões de faturamento até 2027, engajar 4 milhões de associados, gerar 100 mil postos de trabalho, investir R$ 300 milhões em capacitação e distribuir R$ 7,5 bilhões em sobras líquidas anuais. 

Para Hartmann, o projeto difere de outros pela integração em negócios conjuntos e busca de sinergias. “O RSCoop150 é a vertente que canaliza todas as iniciativas e faz as cooperativas olharem um pouco menos seu individual para, acima de tudo, olharem o conjunto do crescimento do cooperativismo no Rio Grande do Sul”, resume.

Retomada da pesquisa

A RTC é uma ponta de lança nessa evolução. Em atividade desde 2018, propiciou a retomada da pesquisa em um modelo articulado e estruturado. “Praticamos a intercooperação, e isso faz com que o processo seja muito mais robusto e não custe caro para ninguém”, sintetiza o gerente de pesquisa e tecnologia da RTC, Geomar Mateus Corassa. “As cooperativas conseguem beber da mesma fonte e estar alinhadas com o que há de mais novo e adequado no quesito de manejo em diferentes áreas do conhecimento. A gente conseguiu equalizar muito a geração e a difusão de informação”, celebra.

Não há estudo específico sobre a repercussão direta do trabalho da RTC nos resultados financeiros das cooperativas agro. Mas sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico se insere em uma tendência do cooperativismo agro de expandir sua parcela de participação no PIB do Estado nos últimos anos. Em 2018, as cooperativas agro faturaram R$ 31,7 bilhões, o equivalente a 6,9% do PIB gaúcho daquele ano. Em 2022, os R$ 52,1 bilhões de faturamento do cooperativismo agro já significavam 8,7% do PIB do RS. Em alguma medida a performance pode ter influência da atividade da RTC, considerando o poder de impacto da informação gerada pela rede em toda a sua área de abrangência e a capilaridade das cooperativas associadas em cerca de 5 milhões de hectares cultivados – 75% da área de trigo, 53% na soja, 40% no milho e 22% na produção leiteira.

Além de contribuir social e economicamente, as ações da RTC superam obstáculos como a difusão de conhecimento, outrora restrita a pequenos grupos. Com um arsenal de dados e orientações técnicas para divulgar, impôs-se a criação de uma plataforma virtual que comportasse o conteúdo. Assim nasceu o SmartCoop, um aplicativo de celular com informação técnica testada e comprovada. “Com a plataforma, as cooperativas conseguem dar uma assistência técnica digital, sem o custo envolvido para o técnico estar na propriedade”, analisa Corassa. 

Um ano em 10

Também barreiras geográficas foram quebradas com o trabalho em rede, saindo da região Noroeste, onde está a CCGL e boa parte da produção agrícola gaúcha, até o Sul do Estado, analisando culturas em diferentes características de solo e clima. “A gente consegue fazer dentro de um ano agrícola o que talvez demoraria cinco ou mais. No futuro, com dados do SmartCoop, talvez a gente vai descobrir em um ano o que levaria 10”, acredita Corassa.

A plataforma é alimentada por informações de ao menos 10,1 mil produtores. Um dos desafios da RTC ainda é calcular o impacto social das recomendações agrícolas. “Qual é o impacto de uma praga que seria devastadora para a produção de milho no Estado se a gente consegue posicionar para as cooperativas os melhores manejos e os melhores híbridos?”, questiona Corassa. 

Se ainda não quantifica ganhos, a RTC dá ao agricultor conhecimento para ser mais eficaz, começando pelo solo, contemplado com o projeto Operação 365, voltado para a qualidade e certificação de áreas, com dados acessados pelo Smart Coop. “São duas grandes linhas, uma olhando do solo para baixo e outra do solo para cima, trazendo impacto na otimização do uso de insumos”, ressalta. 

Segundo o gerente, há grande potencial produtivo a ser explorado. “Em anos de estiagem, a questão de solos impacta em até 40% a produtividade”, estima. “Para termos resiliência no campo, são duas frentes para atacar, qualidade do solo e irrigação, mas não dissociadas, e isso trará estabilidade produtiva”, finaliza. 

Difusão de conhecimento com foco na produção

O uso de tecnologias testadas e aprovadas em rede possibilita que produtores como Nelson Gross, de Giruá, consigam melhorar a performance de suas produtividades experimentando novas cultivares e manejos 

Tendo como carro-chefe a soja, Gross ( com a esposa, Cleusa, e o filho de 11 anos, Daniel) também cultiva milho, aveia, ervilhaca e plantas de cobertura para o plantio direto, com direcionamento oferecido pela cooperativa para conquistar bons resultados na produtividade das lavouras | Foto: Nestor Gross / Arquivo Pessoal. 

A pesquisa e validação de tecnologias para aumentar produção e rentabilidade é um dos passos na evolução do sistema cooperativista. O setor ainda tem questões estruturais e sazonais a sanar. O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann entende que, além de investimentos em formação, gestão, treinamento e profissionalização dos gestores, há necessidade de avanços em alianças regionais e em processos de industrialização. “Entendo que a horizontalização da agricultura, buscando espaço somente em commodities, parece que está se esgotando e cada vez temos que buscar a verticalização, transformando os grãos em processo industrial para que consigamos agregar valor, construir rentabilidade, aumentando faturamento e rentabilidade das cooperativas e dos produtores”, analisa.

Entre os produtores, a aposta no conhecimento difundido pelas cooperativas tem trazido ganhos. É o caso do Nelson Gross, 51 anos, que herdou do avô e do pai a cultura cooperativista. “Vamos dizer que está no sangue, meu finado avô já era cooperativista, meu pai foi associado da Coopermil e eu me associei quando tinha entre 18 e 19 anos e comecei a plantar minhas lavouras, com ajuda do meu pai”, lembra. Na propriedade de 70 hectares, em Giruá, Gross tem aproveitado as experiências testadas e validadas pela área técnica da Coopermil. Na safra de inverno, por exemplo, semeou uma nova variedade de trigo em 60% da área, que também recebeu novo manejo. “Foi plantado trigo em cima do nabo forrageiro, ficou muito bonito, e vai dar uma grande diferença de produtividade”, acredita.

Com a parceria de trabalho da esposa, Cleusa, e o olhar atento do filho Daniel, 11 anos, Gross tem a soja como carro-chefe da propriedade, onde também cultiva milho, aveia, ervilhaca e plantas de cobertura para o plantio direto. E tem na cooperativa o direcionador para bons resultados na lavoura. “Acompanhamos sempre os dias de campo, as palestras, a gente gosta de coisa nova, estamos atentos à tecnologia”, diz o produtor. “Nem sempre todo o produto ou variedade que é lançado, em nível nacional ou mundial, vai se adaptar à nossa região. Então, são testados e validados pelos técnicos da cooperativa, que passam segurança ao associado,” comenta.

Mais produtividade

O incremento na produtividade é uma busca contínua. Gross relata que a cada ano há uma inovação. “Quando você decora o nome de uma variedade, no ano seguinte já vem outra melhor, assim como os produtos químicos”, diz. Ele cita ainda que as práticas de correção do solo também evoluem. “Antigamente se usava muito calcário, agora se usa óxido de cálcio”, conta. Os cuidados também envolvem plantas de cobertura do solo, que, segundo o agricultor, são fatores de melhoria para a produção.

Gross tem anotado os resultados de produtividade a cada novo ciclo. “A cada ano vem melhorando, apesar de que tivemos uma seca forte nos últimos dois anos. Em 50 anos eu nunca tinha visto lavouras em que não foi possível colher soja, foi muito violenta”. Apesar do revés, ele diz que se sente seguro tendo o suporte técnico da Coopermil. “Hoje, do jeito que está, é difícil o produtor não ter assistência, até porque as coisas estão evoluindo muito rápido, com novos produtos e variedades a cada ano”, destaca. “Um grande diferencial é ter o amparo de uma cooperativa séria, na parte de assistência e também na armazenagem”, finaliza.

O produtor de Giruá é um dos 5 mil associados da Coopermil, que faturou R$ 1,2 bilhão em 2022. O supervisor técnico da cooperativa, João Gabriel da Silva Dias, diz que a estratégia de aplicar as recomendações da RTC está inserida no programa Produz Mais, que centraliza ações com foco em produtividade e rentabilidade. Algumas das contribuições das pesquisas da RTC envolvem o manejo de plantas daninhas com uso de pré-emergentes, o uso de boro (micronutriente) no desenvolvimento e produtividade da soja e do milho, novos corretivos de solo, estudo de fungicidas mais eficazes, forma e intervalo de aplicação. 

Efetividade e qualidade

Dias cita ainda o controle de pragas, como a cigarrinha-do-milho, a busca por avanços no uso de biológicos e estudo sobre compatibilidade de uso de biológicos com químicos na efetividade e qualidade de produtos. “Trabalhando sozinhos como cooperativa não teríamos condições de realizar tudo isso, porque precisa de investimento para pesquisadores específicos em cada segmento, laboratórios para as análises, e ter confiabilidade”, compara.

A Coopermil recebe as diretrizes de pesquisa da CCGL Cruz Alta e a valida em sua área experimental de 11 hectares. “A área tem 30 anos e sempre foi muito valorizada pelo nosso produtor”, afirma Dias. O agrônomo diz que a cooperativa replica grande parte dos experimentos da RTC e tem a vantagem de conseguir os insumos necessários. “Conseguimos acesso a produtos de pré-lançamentos, pois a indústria valoriza a experimentação com a RTC, que é uma influenciadora de ampla conexão”, diz.

A Coopermil monitora as tecnologias implementadas entre grupos de produtores e mede resultados em soja, milho e trigo. Em 2022, por exemplo, as áreas de trigo produziram cinco sacas a mais do que a média estimada pela Emater/RS-Ascar. Com o milho, o ganho foi de 15 sacas por hectare, e na soja, sete sacas por hectare. “Hoje fazemos estudo em conjunto na RTC de épocas de plantio e grupos de cultivares de ciclos diferentes, e isso nos ajudou no posicionamento com o produtor para a variedade adequada a cada época de plantio”, destaca.

Uso de aplicativo auxilia no manejo do plantio

A plataforma SmartCoop, que conecta 65 estações meteorológicas, a maior rede de monitoramento do Rio Grande do Sul, permite a Vagner Rannow, agricultor de Ibirubá, tomar decisões antecipadas aos caprichos do clima 

Produtor de leite, com 38 vacas em lactação,  que produzem de 25 mil a 30 mil litros mensalmente, Vagner Rannow (com o filho, Victor, no colo) divide as tarefas da propriedade com os pais, Lauri e Leni, e com a esposa, Gabriela | Foto: Vagner Ranow / Arquivo Pessoal. 

As cooperativas agropecuárias gaúchas contam com a maior rede privada de estações meteorológicas do Rio Grande do Sul. São mais 65 estações conectadas e plugadas no SmartCoop, com boletins disponíveis na palma da mão de pessoas como Vagner Gabriel Rannow, 29 anos, associado da Cotribá e produtor rural em Ibirubá. É na plataforma SmartCoop que o jovem acessa recomendações da Rede Técnica Cooperativa (RTC). “Tem ajudado bastante, principalmente porque dá para olhar a previsão do tempo e tomar os cuidados para as aplicações. É difícil dar zebra”, diz Vagner, que cultiva 40 hectares na localidade de Linha 3, com foco na produção de leite, junto aos pais, Lauri e Leni, a esposa, Gabriela, 24 anos, grávida de sete meses, e o filho, Victor, de quatro anos.

São 38 vacas em lactação, que produzem de 25 mil a 30 mil litros mensalmente. Vagner seguiu os passos do pai e está associado à Cotribá desde os 18 anos de idade. Recebendo assistência técnica da cooperativa, o produtor utiliza o SmartCoop também para gerir atividades de manejo dos plantios de trigo grão e silagem e pastagem de azevém. E conta com apoio do agrônomo Adriano Scholze Tramontini, consultor técnico da Cotribá há dois anos. No seu dia a dia, Tramontini busca ajudar o associado menos afeito a tecnologias a se familiarizar com o aplicativo. “É fantástica, uma baita plataforma, mas alguns produtores ainda não o utilizam em sua totalidade, não por problema de conectividade, mas por uma questão cultural”, analisa. O agrônomo diz que uma alternativa em alguns casos é envolver um filho ou neto do produtor que tenha mais prática com tecnologia para auxiliar. “O aplicativo não é tão simples, porque não deve ser simples, mas tende a engrenar”, acredita. Se a dificuldade atrapalha, por outro lado os associados acreditam nas informações técnicas. “Esse é um dos diferenciais das cooperativas”, afirma Tramontini.

Na coordenação da área técnica da Cotribá, uma organização com 9,3 mil associados e R$ 4 bilhões de faturamento, o agrônomo Fernando Müller percebe que existe chance para a melhoria na gestão das propriedades rurais. “A plataforma Smart Coop traz essa oportunidade de o produtor ter mais controle dos investimentos que faz, seja na pecuária de corte e leite e na parte agrícola que envolve grãos”, analisa.

Informação atualizada 

À frente de 85 consultores técnicos da Cotribá distribuídos pelo Estado, Müller fala da preocupação de levar informação atualizada ao meio rural. “As tecnologias mudam muito rápido, e a RTC vem a ser uma grande parceira da Cotribá, junto também com a Embrapa”, destaca.

A atuação da cooperativa levou a RTC a trabalhar fora da região de Cruz Alta, realizando estudos em Arroio Grande e Jaguarão, por exemplo, onde a incidência do caruru (planta daninha) gerou preocupações a associados da Cotribá. “Temos situações diferentes em matéria de clima, solo, doenças, pragas, plantas daninhas, sistema de controle de pragas, que requerem atenção de pesquisa para sermos mais assertivos com a recomendação”, avalia. Müller sabe que a disponibilidade e aplicação de informações técnicas é primordial para a produtividade. “Se formos falar em média, tranquilamente posso falar que o programa em si nos ajuda tranquilamente em 10% de ganhos”, estima.

Para replicar as pesquisas da RTC e avançar nos próprios experimentos, a Cotribá está planejando a implantação de uma área experimental, que deve estar pronta para entrar em operação na próxima safra de verão, mas que contemplará todo o ano agrícola, com culturas de inverno. Será nesta área de sete hectares que a cooperativa pretende construir estações de conhecimento com as mais modernas tecnologias do mercado. “Queremos construir isso junto com a RTC e a Embrapa para trazer muita informação para o produtor”, destaca Müller.

Pesquisas são validadas pela Cotrisal em sua Área

Quando a Rede Técnica Cooperativa (RTC) foi criada, a Cotrisal entendeu a necessidade de também ter a própria área de pesquisas. “Nossa recomendação se torna bem mais assertiva porque conseguimos ter a pesquisa lá de Cruz Alta (sede da RTC) e a nossa, e uma valida a outra, dando mais certeza na recomendação final”, avalia o engenheiro agrônomo Nazaré Rafael Piran, da área técnica da Cotrisal, cooperativa de Sarandi com 11 mil associados, sedes em 40 municípios e faturamento de R$ 3,5 bilhões.

A Cotrisal replica as pesquisas em uma área experimental de quatro hectares, em Sarandi. Piran destaca como importante o trabalho realizado em rede para o manejo de pragas, especialmente em relação à incidência da cigarrinha-do-milho. Neste caso, a RTC divulga alternativas de controle com 65 manejos testados, sendo cinco deles com efetividade superior a 70%. Na área de fitopatologia, o agrônomo ressalta ainda os alertas para ocorrência de giberelas (doença fúngica) na cultura do trigo.

Diminuir custos

Conforme Piran, a criação da RTC também levou à intensificação das capacitações técnicas. “Agora, além de fazer treinamentos, conseguimos replicar aqui todo o trabalho que é feito pelos pesquisadores de lá.” Com a criação do próprio campo experimental, a Cotrisal aposta em trabalhos mais específicos para a região. O resultado do engajamento e da troca de conhecimento é sentido nas propriedades dos associados. “Conseguimos ser assertivos na recomendação. Muitas vezes não é nem no sentido de aumentar a produtividade, mas sim de diminuir os custos do produtor, o que também se torna importante”, ressalta.

Segundo o agrônomo, todos os associados da cooperativa têm acesso às informações técnicas. Os irmãos Lauri e Claudemir Cescon, com apoio do filho de Claudemir, o estudante de Agronomia Cláudio, cuidam de 450 hectares de cultivos em três propriedades no interior de Sarandi. “A gente produz sementes para a Cotrisal, então temos a responsabilidade de fazer uma lavoura com padrão A+, temos que correr na frente, sem esperar os problemas para tentar apagar o fogo depois”, diz Lauri. Para não errar, o segredo é aplicar um somatório de tecnologias. “A gente tem que estar sempre prevenido, e a RTC é fundamental nisso, porque a maioria dos produtos novos já são testados e chegam para nós com dose e época recomendadas, sendo mais assertivo, focado no problema”, destaca.

Claudemir (E), Lauri (C) e Cláudio (filho de Claudemir) aproveitam orientações da cooperativa para cuidar de 450 hectares de cultivos em Sarandi | Foto: LAURI CESCON / DIVULGAÇÃO/ CP.

Os irmãos Cescon plantam soja, milho e trigo, com olhar atento na ferramenta SmartCoop no celular e anotando cada etapa do manejo. Lauri narrou que, antes do aplicativo, muitas vezes fazia aplicações, mas esquecia detalhes. “Com o SmartCoop facilitou muito porque estamos trabalhando e já anota”, afirma. Além de conseguir fazer a gestão das lavouras na plataforma, Lauri se apoia nos dados de meteorologia para decidir sobre as aplicações na lavoura.

Para o agricultor, a parceria com a RTC permite a evolução das propriedades por unir diferentes ferramentas e tecnologias, começando pela análise de solo, passando pela recomendação de cultivares, época de plantio e manejo. “Vamos tendo avanços e errando menos, quebrando menos a cabeça e sendo mais assertivos. Assim sobra mais tempo para o lazer”, conta.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895