CPR digital é facilitada por startup gaúcha

CPR digital é facilitada por startup gaúcha

O título emitido pelo produtor com respaldo bancário, que ganhou força como opção de financiamento do agronegócio a partir da sanção da Lei do Agro, em 2020, tem celeridade com o serviço de intermediação oferecido pela AgroCPR

Estimativas indicam que Cédula do Produtor Rural ocupará um espaço de R$ 400 bilhões no mercado de crédito ao agro até 2026

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Correio do Povo

As possibilidades de crédito para o agronegócio permitidas pelas mudanças regulatórias da Lei do Agro de 2020, e aperfeiçoada em 2022, têm estimulado o empreendedorismo no sentido de oferecer ao produtor o acesso seguro às novas ferramentas, com menos burocracia. No Rio Grande do Sul, a startup AgroCPR, se especializou na emissão digital da Cédula do Produtor Rural (CPR) que gera crédito ao agropecuarista junto a revendas de insumos, cooperativas e cerealistas. A CPR é um título que o produtor oferece com o respaldo bancário e que serve para obtenção de financiamento tendo como pagamento aquilo que produz em sua safra, como sacas de soja, por exemplo.

A AgroCPR celebrou uma parceria neste mês com o Banco AL5, o primeiro a originar a cédula de forma totalmente digital. "Fomos a primeira instituição financeira a originar uma CPR com garantia de forma totalmente digital, o que inaugura novas possibilidades para o crédito agrícola no Brasil'', assegura Tarcísio Hübner, presidente do AL5, pertencente ao Grupo Amaggi, do Mato Grosso. Segundo Hübner, até o ano de 2026, o mercado nacional anual de CPRs deve chegar a R$ 400 bilhões. 

A tarefa da startup gaúcha é diminuir o esforço do produtor rural na concretização das operações com CPR. “O acesso ao crédito está ao alcance da mão, através do celular, computador ou tablet. A partir de então, todo o processo fica ao nosso encargo, de forma simples, segura e livre de desperdícios”, diz Bernardo Vianna, sócio fundador e CEO da AgroCPR.

De acordo com a empresa, para eliminar entraves e dar celeridade ao processo, são monitoradas as áreas de produção, histórico do plantio e desenvolvimento das lavouras vinculadas ao título. “Temos a convicção de que viemos para colaborar na transformação do atual modelo de crédito agrícola, com experiência, conhecimento e tecnologia", relata um dos sócios fundadores da AgroCPR, Antonio Zanette. 

Edson Bündchen, ex-executivo do Banco do Brasil e também sócio da startup, garante que na mira da empresa estão os imensos desafios econômicos que o Brasil tem pela frente. “Temos noção do estágio que o agro brasileiro chegou, mas também sabemos do muito que temos ainda por desenvolver e queremos fazer parte dessa geração que ajudará a transformar para melhor o Brasil de amanhã”, comentou.

Além da CPR, que prevê o pagamento com o resultado físico da safra, o produtor tem também a possibilidade de gerar a CPR-F, a qual permite a liquidação financeira do título, isto é, o emitente poderá pagar em dinheiro o valor nela previsto ao invés de entregar produto rural. Em alguns casos, a CPR-F se assemelha muito com um empréstimo.

Para apurar o valor que o devedor da CPR-F deverá pagar ao credor é preciso que no título conste todas as condições exigidas pela lei, dentre as quais se destacam: a quantidade e o produto utilizado como referencial, o preço ou o índice de preço, a instituição que divulga o preço ou o índice de preço e a praça ou o mercado de formação do índice. 

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895