Tanto a aclamação de Dom Pedro I como imperador, quanto a comemoração da Independência do Brasil foram celebradas no Rio Grande do Sul em 12 de outubro de 1822. A Junta Governativa gaúcha, presidida pelo marechal João de Deus Menna Barreto, já havia recebido informações e instruções do ministro José Bonifácio de Andrada e Silva. “No dia, o povo e as autoridades se reuniram e foram do Palácio de Barro (ou Palácio do Governo, edifício na Capital que serviu como sede do governo do Rio Grande do Sul de 1789 até 1896) até a Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Ali ocorreram uma série de vivas”, explica Nelson Adams Filho, autor do livro “A Independência do Brasil pelas províncias de Santa Catarina e São Pedro do Sul”.
Segundo lembra o historiador, a Corte do Rio de Janeiro estabeleceu uma série de vivas para aquele momento: ‘Viva a Santa Religião, Viva a Independência do Brasil, Viva a Assembleia Geral Constituinte, Viva o Imperador Constitucional do Brasil, Viva a imperatriz do Brasil e a Dinastia de Bragança’. Adams faz, ainda, uma ressalva: “Repara, por último, vinha o povo: ‘Viva o povo Constitucional do Brasil”.
De acordo com os registros históricos, havia três correntes políticas em solo gaúcho na época, e muita gente contra a ruptura, mas não o suficiente para se insurgir contra Independência. Os “Saldanhistas” – seguidores do brigadeiro português João Carlos de Saldanha de Oliveira – e os “Corcundas” – lusitanos fanáticos contrários à separação, também chamados de ‘pés-de-chumbo’ e que apoiavam as Cortes, foram derrotados pelos “Constitucionalistas exaltados”, nome irônico da corrente a favor da Independência no Rio Grande do Sul.
“Os festejos prosseguiram na Capital por nove noites com a cidade iluminada e no dia 20 de outubro uma nova festividade foi promovida, desta vez na Igreja Matriz, com procissão e tudo”, diz Adams.