Especial 7 de Setembro: comemorações 35 dias depois

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Repercussão do grito de independência na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul foi no dia 12 de outubro

Reprodução da planta de Porto Alegre de 1829 mostra como era a região central da cidade

Por
Christian Bueller

Tanto a aclamação de Dom Pedro I como imperador, quanto a comemoração da Independência do Brasil foram celebradas no Rio Grande do Sul em 12 de outubro de 1822. A Junta Governativa gaúcha, presidida pelo marechal João de Deus Menna Barreto, já havia recebido informações e instruções do ministro José Bonifácio de Andrada e Silva. “No dia, o povo e as autoridades se reuniram e foram do Palácio de Barro (ou Palácio do Governo, edifício na Capital que serviu como sede do governo do Rio Grande do Sul de 1789 até 1896) até a Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Ali ocorreram uma série de vivas”, explica Nelson Adams Filho, autor do livro “A Independência do Brasil pelas províncias de Santa Catarina e São Pedro do Sul”.

Segundo lembra o historiador, a Corte do Rio de Janeiro estabeleceu uma série de vivas para aquele momento: ‘Viva a Santa Religião, Viva a Independência do Brasil, Viva a Assembleia Geral Constituinte, Viva o Imperador Constitucional do Brasil, Viva a imperatriz do Brasil e a Dinastia de Bragança’. Adams faz, ainda, uma ressalva: “Repara, por último, vinha o povo: ‘Viva o povo Constitucional do Brasil”.

De acordo com os registros históricos, havia três correntes políticas em solo gaúcho na época, e muita gente contra a ruptura, mas não o suficiente para se insurgir contra Independência. Os “Saldanhistas” – seguidores do brigadeiro português João Carlos de Saldanha de Oliveira – e os “Corcundas” – lusitanos fanáticos contrários à separação, também chamados de ‘pés-de-chumbo’ e que apoiavam as Cortes, foram derrotados pelos “Constitucionalistas exaltados”, nome irônico da corrente a favor da Independência no Rio Grande do Sul.

“Os festejos prosseguiram na Capital por nove noites com a cidade iluminada e no dia 20 de outubro uma nova festividade foi promovida, desta vez na Igreja Matriz, com procissão e tudo”, diz Adams.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895