Garibaldi foca no segmento de espumantes

Garibaldi foca no segmento de espumantes

Cooperativa que teve início em 1931, com 73 produtores, hoje congrega 450 famílias e investe pesado no enoturismo como forma de atrair os consumidores para seu mix de produtos, que inclui vinhos e sucos

Por
Nereida Vergara

Foi da dificuldade enfrentada por pequenos agricultores para comercializar o vinho produzido, lá nas primeiras décadas dos anos 1900, que nasceu a Cooperativa Vinícola Garibaldi. Em 1931, 73 produtores do município de Garibaldi, na região da Serra, a maioria imigrantes italianos e seus descendentes, uniram-se para ser mais fortes. Hoje, a organização ocupa 32 mil metros quadrados de área construída e conta com 450 famílias associadas, as quais cultivam vinhedos em um total de 1,2 mil hectares, onde, apenas em 2023, colheram 26,8 milhões de quilos de uva.

Em 2022, a Garibaldi totalizou 19,5 milhões de litros de bebidas comercializados, tendo como destaque os espumantes, que alcançaram 20% de crescimento em volume. Foram cerca de 6 milhões de garrafas de espumantes vendidas, o que significa cerca de 4,4 milhões de litros. Essa categoria também respondeu por mais de 40% do faturamento da marca no ano passado. O gerente de Marketing da Garibaldi, Maiquel Vignatti, garante que 2022 foi de retomada geral e retrata um desempenho positivo atípico, muito por conta do consumo represado durante o período de isolamento. 

Em 2023, Vignatti acredita em estabilização dos mercados para o setor. “O primeiro quadrimestre do ano representa cerca de 20% do faturamento anual, então ainda é cedo para cravarmos avaliações e projeções sobre o desempenho global de mercado em 2023. O que temos estabelecido é a continuidade do espumantes como protagonistas das vendas da marca”, analisa. O produto mais premiado da vinícola é justamente o espumante Garibaldi Moscatel. 

A empresa também prepara lançamentos para este ano, com três novos rótulos premium: o vinho branco Alvarinho, o tinto Ancellotta e o espumante Blanc de Blanc. 
Os investimentos em enoturismo são amplamente justificados, diz o diretor, já que é a melhor porta de aproximação com o consumidor. “Nós estamos investindo cerca de R$ 6 milhões num projeto que teve uma parte dele concluído em janeiro, quando inauguramos um novo varejo e adicionamos uma nova experiência no enoturismo”, relata. 

Além dos roteiros consagrados, como o Taça&Trufa, com sua proposta de harmonização de vinhos e chocolates, e o Degustação às Cegas, que permite a descoberta de novas sensações na degustação de vinhos e espumantes, a Garibaldi criou um passeio baseado nas quatro estações do ano e o impacto que cada uma delas traz para as videiras. O passeio se materializa em quatro ilhas temáticas, com o visitante vivenciando as peculiaridades de cada estação, contando com o auxílio de recursos sensoriais e de produtos para serem degustados.

Conforme o executivo, a cooperativa e seus parceiros sofreram poucos impactos das sucessivas estiagens registradas no Rio Grande do Sul nos últimos três anos. “De modo geral, nós não fomos muito impactados. Em 2022, havia um temor maior, mas apenas áreas localizadas foram prejudicadas, com redução menor do que a projetada. E tanto no ano passado quanto neste ano tivemos uma colheita muito boa em qualidade.”

Correio do Povo
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