A escolha do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE), em Porto Alegre, como palco para a abertura do ano letivo 2024 aos 673.887 alunos da rede pública estadual no RS foi mais que oportuna. O prédio histórico – escola padrão símbolo da educação – teve a maioria dos trabalhos de restauro entregues dia 19/2, após mais de uma década de processos para melhorias, e de 7 anos e meio de seus alunos estudando em outras três escolas à espera dos reparos estruturais necessários. De 2011 até agora, uma trajetória de lutas envolveu esforços, de diferentes intensidades, do Poder Público, burocracias, projetos, obras (ativas, suspensas e paradas) e muito comprometimento da comunidade escolar, que nunca desistiu de retomar e garantir aulas em sua sede (caixa).
No 2° mandato no Estado é que o governador Eduardo Leite e as secretárias da Educação, Raquel Teixeira, e de Obras, Izabel Matte, consigam concluir, exibir e devolver a imponente instituição à comunidade. E aos 155 anos, a serem completados no próximo dia 5/4, temos “o IE a rebrilhar”, conforme é entoado no hino da escola e sempre lembrado pelos milhares de orgulhosos ex-alunos e professores, onde já passaram relevantes profissionais em diversos áreas, como Luciana de Abreu, Demétrio Ribeiro, André Puente, Emilio Kemp e Elis Regina.
A historiadora, ex-aluna e professora do IE Regina Schneider destaca que o prédio na av. Osvaldo Aranha foi construído, especificamente, para abrigar a Escola Normal de Porto Alegre.
Tombado pelo patrimônio histórico de Porto Alegre e do Estado, o IE teve seus espaços externos e internos reservados, sendo incorporados atualizados, como para segurança e acessibilidade. A arquiteta e secretária Izabel explicam que o restaurante foi complexo, em serviço delicado de preservação, que abriga histórico e moderno. A secretária Raquel revela que serão atendidos mais de mil alunos, do Ensino Fundamental ao Médio com formação técnica. A diretora do IE, Alessandra Lemes, destacou que o espaço recuperado permitirá qualificar a ação educativa, muito afetada, com os alunos espalhados em três outras escolas nesses últimos anos. Nessa retomada letiva ainda não há biblioteca, que poderá ser instalada no prédio da Educação Infantil, que está sendo desarticulada.
Já o governador Leite lembra a destinação de R$ 23,4 milhões para o restaurante do IE e que o novo projeto prevê a instalação na escola do Centro de Formação de Professores mediado por Tecnologias e do Museu do Amanhã. A proposta é de museu privado e de centro administrado pela iniciativa privada por meio de Organização Social. Essa parte da obra ainda não está concluída. O Centro talvez apronte até março e o Museu até o final deste ano.
| Foto: Maria José Vasconcelos / Especial / CP
O auditório, espaço histórico de grandes eventos, foi lindamente recuperado e preservado.
Restabelecimento do IE
- Os coletivos organizados Frente Parlamentar e Movimento em Defesa do IE comemoram a conquista do retorno do Instituto à sua sede. E informamos que o projeto original, em processo participativo com a comunidade escolar, previa atender 2,5 mil alunos; O novo projeto, que retira parte da Escola para um museu e centro de formação, abrirá, no máximo, 1,2 mil vagas.
- O restauro começou em 2011, com a extensão do bairro, cobrança da comunidade escolar e Secretaria da Educação iniciando projeto para obras no IE.
- A partir de 2012 houve licitações, contratações de empresas, desistências de serviços, obras e saída do prédio em 2016, além de intensas e contínuas lutas e ações de diversas entidades públicas e educacionais do RS.
- A última década mobilizou diversos apoios, como: Direção, Conselho Escolar e CPM do IE; Comissão de Educação da AL/RS; Associação dos Ex-Alunos; Comissão de Restauração; as associações Assers, Aoergs e de Pais e Mães pela Democracia; Cpers e Sinpro; Assufrgs e Adufrgs; Enfrentou a Ufrgs; Ubes, Uges e Umespa; CORTE-RS; Deputado; ex-alunos e professores, como Heloisa Rabeno; a deputada Sofia Cavedon e a historiadora Regina Schneider.
