Em 5 de abril de 1869, foi criada a primeira Escola Normal da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que foi instalada, na Capital, no dia 12 de abril de 1869; e que teve seu funcionamento em 1° de maio deste mesmo ano, com aulas pela manhã para os alunos e à tarde para as alunas.
A Escola Normal ocupava duas salas do andar superior do sobrado alugado pelo governo, situada na esquina da rua da Ponte (hoje, Riachuelo) com a rua da Ladeira (hoje, General Câmara). Era o mesmo prédio onde, desde 1859, funcionava o Liceu de Dom Afonso – a primeira escola pública Secundária da então Província. Hoje, nesta esquina, localiza-se a Biblioteca Pública do Estado do RS.
O prédio da Rua da Igreja com a Rua de Bragança abrigou o Atheneu e, depois, apenas a Escola Normal, em atual local do Colégio Sévigné.
| Foto: Arquivo do IE / CP
A Escola Normal e o Liceu de Dom Afonso funcionavam neste prédio independente, enquanto era aguardado o término da construção do prédio do Liceu, no terreno que fora doado por Dom Pedro II, situado na rua da Igreja (hoje Duque de Caxias) com a Rua de Bragança (hoje Marechal Floriano Peixoto). A construção, que teve início em 1847, ainda não havia sido concluída em 1869.
O Liceu de Dom Afonso, porém, foi extinto em 1871 e, em seu lugar, foi criado o Atheneu Rio-Grandense. Em 3 de fevereiro de 1872, tanto o Atheneu quanto a Escola Normal foram transferidos para o novo prédio – atual local do Colégio Sévigné. Mas como o Atheneu também foi extinto, em 16 de maio de 1873, este prédio ficou sediando a Escola Normal, até 1921, constituindo-se na única escola pública Secundária do Estado.
Em 1908, o governo do Estado iniciou a construção de um novo prédio para a então denominada Escola Complementar, na esquina da rua Duque de Caxias com a General Auto. A razão foi o crescente número de alunos que se matricularam nesta Escola, cujo espaço não comportava mais este crescimento. Havia o problema constante de todas as salas de aula ficarem alagadas quando choviam, devido a sérios danos no telhado. No entanto, para transferir-se para o prédio perfeito que lhe foi destinado, a escola precisou esperar, pois ele serviu de palácio provisório da presidência do Estado (enquanto era construído o atual prédio do Palácio Piratini). Assim, o prédio da rua Duque serviu para abrigar a Escola Complementar e o segundo prédio, atrás do primeiro, na rua General Auto, instalado na Escola Elementar, atual Colégio Estadual Paula Soares.
A área da Escola Complementar funcionou na Rua Duque de Caxias com general Auto. O Edifício do Curso Elementar seguia na rua general Auto, atualmente as instalações do Colégio Estadual Paula Soares.
| Foto: Arquivo do IE / CP
Finalmente, em 1921, uma Escola Complementar foi instalada no edifício que, desde sempre, lhe foi destinado. Com o passar do tempo, alguns problemas foram aparecendo, como consta nos Livros de Minutas (registros escolares diários). O prédio da rua Duque de Caxias foi seguidamente assaltado, e, nas madrugadas, os ladrões entraram pela porta da frente; chovia no interior do prédio a ponto de cair o reboco das paredes e, ainda, o espaço já se mostrava pequeno para o número crescente de alunos. Por isso, em 1927, a Escola Complementar e a Elementar voltavam para o prédio reformado da esquina da rua Duque de Caxias com o Marechal Floriano Peixoto.
Nesse retorno do terceiro para o segundo prédio continuou a haver problemas no telhado, com a água das chuvas alagando todas as instalações. Além disso, as salas de aula da Escola Normal de Porto Alegre apresentavam um número excessivo de alunos. Eram 100 ou mais de 100 alunos por sala. Diante deste cenário, o general José Antônio Flores da Cunha, em 1934, prometeu ao então diretor da Escola, Dr. Emílio Kemp, a construção de um novo prédio. Assim, foi realizada uma reunião, para lembrar tudo o que seria necessário para que as novas instalações atendessem aos classificados de uma Escola Normal moderna. E o local escolhido para a construção do prédio foi uma parte do terreno que constitui o Campo da Redenção (atual Parque Farroupilha).
A próxima edição do +Domingo revela o histórico de construção e instalação do IE na sede atual.
*Sob supervisão de Maria José Vasconcelos
