Nova temporada da Fórmula 1: os mesmos favoritos

Nova temporada da Fórmula 1: os mesmos favoritos

A Fórmula 1 começa neste domingo com o Grande Prêmio do Bahrein. Pré-temporada indica que mais uma vez a Red Bull, do atual bicampeão Max Verstappen, surge como a escuderia a ser batida, enquanto a Mercedes e a Ferrari tentam correr por fora na briga. Aston Martin foi a surpresa nos primeiros treinos

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Correio do Povo

Após um 2022 marcado por uma revolução tecnológica na Formula 1, a temporada 2023 da principal categoria do automobilismo começa neste final de semana, com o Grande Prêmio do Bahrein. A primeira das 23 provas do ano acontece domingo às 12h (hora de Brasília), em Sakhir, após os treinos livres de sexta-feira e a classificatória de sábado.

Ainda que a primeira corrida seja neste domingo, o ano da F-1 começou há algum tempo, passando pelas transferências, que se iniciam na temporada anterior, até o lançamento do carro de cada equipe e a pré-temporada, período de testes. Até o momento, os destaques de 2023 são os mesmos a quem o público se acostumou a ver nos últimos anos. A Red Bull, equipe de Max Verstappen, atual bicampeão, continua se posicionando como a maior força da categoria, apresentando um carro que além de rápido, é consistente. A Ferrari, de Charles Leclerc e Carlos Sainz, e a Mercedes, de George Russell e Lewis Hamilton, também aparecem como favoritas para o ano. As três equipes formaram o pódio de construtores em 2022.

A surpresa nos testes foi a Aston Martin. Após terminar na sétima colocação em 2022, apresentou um ritmo corrida que surpreendeu tanto o próprio time quanto os adversários. O brasileiro Felipe Drugovich, piloto reserva e de desenvolvimento da equipe, correu na pré-temporada e obteve bons resultados enquanto substituía Lance Stroll, que sofreu um acidente de bicicleta nas férias e passou por procedimentos cirúrgicos nos pulsos.

Após ser campeão da Fórmula 2 no ano passado, Drugovich é a esperança recente do automobilismo brasileiro, já que o país não possui um piloto titular desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou. O outro representante do Brasil no contexto da F-1 é Pietro Fittipaldi, reserva da Haas.

A Fórmula 2, considerada o principal acesso à categoria principal do automobilismo, também começa neste final de semana. Em Sakhir, a prova principal acontece no domingo, antes da F-1, com a presença do brasileiro Enzo Fittipaldi, da equipe Rodin Carlin. 


Menos mudanças

Após mudanças na aerodinâmica e nas regras orçamentárias em 2022, as alterações na F-1 para 2023 são menos drásticas, ajustando as consequências medidas estabelecidas no ano passado. O porpoising, causado por oscilações verticais oriundas do retorno do efeito solo, é a principal questão que as novas normas buscam minimizar. Agora, os carros poderão ser mais altos: a altura mínima da prancha, parte central do assoalho, foi aumentada em 10 mm, a das bordas externas do assoalho em 15 mm – nesses pontos, a deformação máxima é 5 mm. Outra medida para combater o porpoising é a obrigatoriedade de um sensor que monitora os saltos.

Mudanças na segurança também aparecem nas regras impostas pela Federação Internacional de Automobilismo. O roll hoop, barra que fica acima da cabeça dos pilotos, ficou mais resistente e mais alta. Também por segurança, alguns circuitos passarão por modificações. Já nos pneus, a gama ofertada foi ampliada. Além dos disponíveis no ano passado, a fabricante adicionou o C0, aumentando as opções de compostos duros.

Um grid com muitas reformulações

As maiores mudanças na Fórmula 1 para a temporada estão na composição das equipes. Das dez que disputam o campeonato, seis tiveram alterações na sua dupla de pilotos. As três maiores forças da categoria na atualidade (Red Bull, Ferrari e Mercedes), no entanto, assim como a Alfa Romeo, mantêm os mesmos competidores de 2022.

O grid aparece bastante renovado. A McLaren fez uma troca de australianos: com a saída do veterano Daniel Ricciardo, que chegou à equipe em 2021 e teve dificuldades de adaptação ao carro, entrou o campeão da Fórmula 2 em 2021 e da Fórmula 3 em 2020, Oscar Piastri, de 21 anos, que realiza sua estreia na categoria principal do automobilismo. Ricciardo atualmente é piloto reserva da Mercedes. Outro novato é Logan Sargeant, dos Estados Unidos. Quarto colocado na F-2 no ano passado, passa a integrar a Williams ao lado de Alexander Albon, após saída de Nicholas Latifi.

Nyck de Vries, dos Países Baixos, também realiza sua primeira temporada enquanto piloto titular de uma escuderia, mas já estreou na F-1 no ano passado ao substituir Albon no GP da Itália, quando marcou dois pontos. Aos 28 anos, o europeu teve boa performance na sua primeira corrida da carreira e, em 2023, disputa o campeonato pela AlphaTauri, ao lado do japonês Yuki Tsunoda.

A Haas, equipe baseada nos EUA, tem para 2023 Nico Hülkenberg no lugar de Mick Schumacher, agora piloto reserva da Mercedes e da McLaren. O dinamarquês Kevin Magnussen completa a dupla do time norte-americano. A francesa Alpine, braço esportivo da Renault, também realizou mudanças e passa a ter dois pilotos nascidos na França. Além de Esteban Ocon, Pierre Gasly integra a equipe na vaga anteriormente ocupada pelo bicampeão Fernando Alonso, agora na Aston Martin. O tetracampeão mundial Sebastian Vettel, que corria pelo time inglês no ano passado, se aposentou.

Na direção das equipes, também aconteceram modificações importantes. Na Ferrari, Mattia Binotto saiu da escuderia italiana contestado, após quatro temporadas como chefe de equipe e quase 30 enquanto engenheiro. Frédéric Vasseur deixa a Alfa Romeo e assume a posição. Na Alfa Romeu, por sua vez, o cargo foi dividido em dois: Andreas Seidl, que vem da McLaren, assume o papel de CEO, e Alessandro Bravi se mantém como diretor, mas vai lidar com as operações diárias e representar a equipe. Já na McLaren, Andrea Stella é o novo chefe. A Williams também modificou sua chefia, com James Vowles, ex-engenheiro da Mercedes, passando a ocupar o cargo. 


Campeão da Fórmula 2 em 2021 e da Fórmula 3 em 2020, o australiano Oscar Piastri é o novo nome da McLaren e chega para substituir o compatriota australiano Daniel Ricciardo | Foto: Giuseppe Cacace / AFP / CP

A vez do GP de Las Vegas

Entre as 23 provas que compõem a temporada, o estreante GP de Las Vegas é o destaque. Em novo formato, acontece no final de semana de 17 a 19 de novembro, trazendo a F-1 de volta à cidade após 41 anos. Realizado na Las Vegas Strip, famosa avenida com hotéis e cassinos, será a terceira corrida do ano nos EUA, além de Austin e Miami, o que demonstra a aproximação recente da categoria com o público e o mercado norte-americano. 

Outra novidade no calendário é a volta do GP do Catar, que estreou em 2021 e ficou de fora em 2022. O evento acontece entre 6 e 8 de outubro no Circuito Internacional de Lusail. A cidade esteve nos holofotes esportivos recentemente, ao sediar jogos da Copa do Mundo do ano passado, entre eles a final, no estádio de Lusail.

Mesmo com as novidades, a F-1 não deixa de lado o seu lado mais tradicional. Grandes prêmios clássicos, como Monza (Itália), Mônaco e Spa (Bélgica), continuam integrando o calendário. Além disso, o Grande Prêmio do Brasil, realizado no autódromo de Interlagos, em São Paulo, está confirmado para o final de semana de 3 a 5 de novembro. Em solo brasileiro, acontece a última edição no ano das corridas sprint, provas com quilometragem reduzida no sábado, que definem as posições de largada para domingo. As outras cinco são no Azerbaijão, Áustria, Bélgica, Catar e Estados Unidos (Circuito das Américas).
O GP de Las Vegas será disputado na Las vegas Strip, a famosa avenida, com seus hotéis e cassinos | Foto: Divulgação / GP Las Vegas / CP

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