Oferta de mamão diminui e pressiona valor

Oferta de mamão diminui e pressiona valor

Fruta muito apreciada pelos brasileiros, e da qual o Brasil é o segundo maior exportador do mundo, teve seus preços cotados em novembro deste ano acima de 50% do que foi vendido em 2021, calcula a Ceasa/RS

Por
Camila Pessôa

O preço médio do quilo de mamão papaia no Ceasa/RS para novembro de 2022 ficou em R$ 8,27, enquanto a média de preços do mamão formosa ficou em R$ 8,32. Isso representa um aumento em relação ao mesmo mês do ano passado de 57,5% e 52,9%, respectivamente, quando os preços de cada variedade de mamão estavam em R$ 5,25 e R$ 5,44. A maior parte do mamão consumido no Rio Grande do Sul é importado de outros estados e os preços vêm subindo de forma significativa este ano porque a área plantada apresenta recuo em nível nacional, como explica a pesquisadora da área de hortifrúti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Marcela Barbieri.

De acordo com pesquisadora, essa queda ocorre por conta da falta de sementes do mamão formosa e pela incidência de viroses nas plantações, sem falar da alta nos custos de produção. “Como resultado disso, e do impacto das chuvas mais volumosas no Nordeste (La Niña), a oferta caiu bastante neste ano”, explica Marcela. A produção nacional da fruta concentra-se no semiárido brasileiro e as principais regiões produtoras são o norte do Espírito Santo, norte de Minas Gerais, sul e oeste da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, locais em que a cultura se adaptou melhor. Esses estados representam cerca de 80% da produção nacional, segundo Marcela. 

Os tipos de mamão mais produzidos no Brasil são o formosa e o havaí. Na última década houve um maior investimento no mamão formosa, variedade com aumento de demanda externa, boa produtividade e um baixo custo de produção. Com falta de sementes do formosa a partir de 2020, muitos produtores migraram para o mamão havaí, como afirma Marcela. O formosa é aquela variedade de porte e comprimento maior, enquanto o havaí é menor e mais arredondado. 

O Brasil é o segundo maior exportador de mamão do mundo, de acordo com a Faostat. O país perde apenas para o México, que não é um competidor direto dos brasileiros pois aposta mais no mercado dos Estados Unidos, enquanto o Brasil exporta majoritariamente para a União Europeia. De acordo com Marcela, quase 90% do mamão importado pela UE vem do Brasil.

Correio do Povo
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